A greve dos professores e servidores administrativos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul completa dois meses, sem previsão para terminar. Segundo o representante do movimento sindical, o professor de história do campus da UFMS de Três Lagoas, Vitor Wagner Neto de Oliveira, o ministro da Educação ainda não recebeu o comando nacional de greve; por esse motivo, não há previsão para os professores retornarem às salas de aula.
Em Três Lagoas, de acordo com Vitor, a greve também tem o apoio de estudantes, que reivindicam mais investimentos no campus da UFMS local, como o funcionamento do Restaurante Universitário e da Moradia Estudantil e a volta da Bolsa Permanência. “Essa é uma greve dos estudantes também, que têm uma pauta específica. Essas questões reivindicadas pelos alunos são importantes, pois Três Lagoas é uma cidade muita cara e muitos alunos acabam deixando os estudos aqui, em razão do custo de vida ser muito caro”, comentou.
Além de melhorias no campus da UFMS, os professores reivindicam aprovação do Plano de Carreiras, que permite a progressão e melhores salários. O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) já pediu à Justiça Federal que, mesmo com a greve, determine o retorno das aulas aos estudantes matriculados nos dois últimos períodos dos cursos de graduação da UFMS. O pedido possui caráter liminar e, se deferido, deve obrigar a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS) a retomar as aulas.
Além do retorno das aulas essenciais, o MPF pede liminarmente que a ADUFMS mantenha, ao menos, 30% dos professores em exercício e que o Sindicato dos Trabalhadores de Instituições Federais de Ensino do Estado de Mato Grosso do Sul (Sista-MS) dê prosseguimento às atividades técnico-administrativas imprescindíveis para que as aulas sejam realizadas e as notas de avaliação, lançadas, e os processos de conclusão de curso possam ter andamento.
A demanda se limita aos estudantes do último ano da graduação e objetiva garantir a conclusão dos cursos aos formandos de 2015, evitando, assim, possíveis danos profissionais aos estudantes, que, sem o retorno do calendário acadêmico, ficam impossibilitados de colar grau e de ingressar no mercado de trabalho ou tomar posse em cargo público.