Dando sequência a série de reportagem especial, iniciada na edição passada, sobre a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, de Três Lagoas, o Jornal do Povo, ouviu lideranças da cidade e do Estado, sobre a importância da retomada de sua instalação industrial.
O prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB), descartou a possibilidade da prefeitura retomar a área que foi doada para a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, em Três Lagoas. Pelo projeto, a estatal teria que executar a obra em até 24 meses e ser concluída até 23 de março de 2022. No entanto, passado esse período, a obra contunua paralisada.
A lei 2.435 de 23 de março de 2010, que autorizou o município a doar a área para a instalação da fábrica, previa que se a obra não fosse concluída dentro do prazo, o terreno voltaria para o município com todos os investimentos. Em 2018, o prazo foi prorrogado, o qual vence em março do próximo ano.
Guerreiro disse que o mais viável é prorrogar o prazo mais uma vez, pois acredita que essa obra deve ser retomada nos próximos anos. “Não vamos criar obstáculos para prorrogação do prazo, pois é inviável o município assumir um passivo como esse. Temos a convicção de que essa obra deve ser retomada entre 2022 e 2023”, disse Guerreiro, ressaltando que não acredita na possibilidade desta fábrica se tornar um elefante branco, diante do investimento que já foi feito e da importância deste empreendimento para o País.
Guerreiro lamentou o fato do grupo russo Acron Group, com quem participou de reuniões, ter desistido da compra da UFN3. Na época, segundo Guerreiro, o entrave foi a indefinição sobre o fornecimento do gás natural da Bolívia para a operação da fábrica. Antes desse impasse, o grupo estava disposto a desembolsar R$ 8,2 bilhões para a compra da UFN3, que na época da paralisação de sua obra, já havia consumido mais de R$ 3 bilhões.
O prefeito disse que sempre tem conversado com representantes do governo do Estado, com senadores e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sobre essa obra, e espera que a Petrobras consiga concluir a venda da fábrica. “Esse empreendimento é muito importante, não apenas para o Estado, mas para o Brasil”, destacou Guerreiro.
A UFN 3 foi paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio UFN3, formado pelas empresas Sinopec e Galvão Engenharia, que buscam na Justiça até hoje receber pelos serviços que alegam ter executado e não recebido. Em 2017, a Petrobras colocou a fábrica à venda, sob a alegação de não ter mais interesse nesse segmento. Até agora, nenhuma empresa manifestou interesse em comprar a UFN3.