A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em Três Lagoas, projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano, pode iniciar a operação apenas como uma misturadora de fertilizantes, cujo subprodutos seriam importados. A UFN trabalharia na mistura das fórmulas para entregar os fertilizantes ao mercado.
A mudança na operação da UFN 3 leva em consideração a dificuldade para conseguir o gás natural, principal matéria prima para a produção da ureia e amônia. A UFN 3 foi projetada para consumir 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural para fazer a separação e transformação da ureia e amônia.
O projeto inicial da Petrobras previa que a UFN 3 iria atrair, pelo menos, 15 empresas misturadoras. No entanto, diante da mudança do projeto da UFN 3 pelo grupo russo que finaliza a compra da fábrica, a própria unidade vai trabalhar na mistura das fórmulas, o que impossibilitará a instalação de novas empresas do segmento na cidade.
Essa alteração na planta está prevista pelo período de dois anos, até que o fornecimento do gás natural seja resolvido. Depois a UFN 3 passaria a produzir ureia e amônia. O assunto foi discutido durante reunião do grupo russo Acron com representantes do governo do Estado e Prefeitura de Três Lagoas na semana retrasada, em Campo Grande. No entanto, as autoridades preferem ainda não comentar sobre o assunto, já que nos próximos dois anos os investimentos na fábrica e o que poderiam vir acompanhados deles, podem ser inferiores ao previsto no projeto inicial.
A Petrobras já confirmou a venda da fábrica para o grupo russo, porém ainda não publicou o fato relevante do empreendimento. Somente a partir deste comunicado é que todos os detalhes envolvendo a UFN 3 serão divulgados. Um grupo de trabalho foi criado para acompanhar esse processo.
Durante reunião em Campo Grande, os russos informaram que a previsão era de que as obras fossem retomadas em julho deste ano.
As obras de construção da UFN 3, iniciadas em 2011, foram paralisadas em dezembro de 2014, após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio UFN 3. Em 2017, a estatal informou que não tinha interesse no segmento de fertilizantes e colocou a fábrica à venda.