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Editorial

Uma megaempresa de celulose

Leia o editorial do Jornal do Povo deste sábado (17)

Segunda unidade da Fibria, em Três Lagoas, entrou em operação em agosto do ano passado - Divulgação
Segunda unidade da Fibria, em Três Lagoas, entrou em operação em agosto do ano passado - Divulgação

Embora ainda recente e carecendo de confirmações de autoridades brasileiras, a fusão Suzano-Fibria não movimenta o mercado de ações em torno da celulose apenas neste momento. É uma onda que se forma com força para outras alterações na composição de empresas e até do mercado em nível mundial. Concorrentes devem se agitar, nos próximos dias, em busca de espaços para ampliação da carteira de vendas para não serem atropelados pela megaempresa que tem uma das unidades em Três Lagoas.

Não pode ser ignorado, neste ambiente, que a negociação Suzano-Fibria demonstra que o empresariado brasileiro está esperto quanto ao risco de ser submetido ao domínio estrangeiro. E isso surgiu após a chegada do grupo da Paper Excellence, novo dono da Eldorado Brasil, no final do ano passado.

A rapidez em que tudo se definiu, nesta nova configuração do mercado, demonstra que as nacionais conhecem bem o terreno da celulose em nível global. Sabem que a perda de fatias de mercado pode ser definitiva e que investimentos inteiros podem ser jogados ao chão se não moverem as pedras no tabuleiro com destreza e inteligência. O jogo é duro.

Mas, o que esse guerra de gigantes bilionários poderá representar na vida do três-lagoense? Ao menos duas coisas: a garantia de que a Fibria seguirá como líder de mercado, emprego e recolhimento de impostos, e que a segunda linha de produção de celulose da Eldorado poderá, agora, sair do papel. A Paper não perderá a chance de antecipar-se no aumento de sua produção e dar mais terreno para a Suzano-Fibria deslanchar.

Em tradução simples, significa que a nova companhia seguirá confiando nos investimentos que fez na cidade e que a Eldorado pode ressurgir como geradora de mais empregos. Também significa que Três Lagoas continua como a cidade maior produtora de celulose no país, principal exportadora industrial de Mato Grosso do Sul e lugar de grandes investimentos.

O terreno fértil da produção industrial deve germinar sementes de desenvolvimento e, em pouco tempo, gerar os frutos que a cidade tanto necessita.