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Alunos com necessidades especiais recebem aulas em salas multifuncionais

Avaliação minuciosa é feita com os estudantes de necessidades especiais para classificar suas habilidades

Para o aprendizado dos alunos, o professores usam a criatividade fazendo adaptações com o material didático - Divulgação
Para o aprendizado dos alunos, o professores usam a criatividade fazendo adaptações com o material didático - Divulgação

 Em Mato Grosso do Sul mais de 1,2 mil professores da Rede Estadual de Ensino (REE) trabalham no atendimento a alunos com necessidades físicas, sensoriais e intelectuais. Esses profissionais, chamados de professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE), são capacitados para atendimento auxiliar em salas de aula, nas escolas da rede, e também em instituições que oferecem alfabetização, como APAE e Pestalozzi. Nesse ofício, regado de amor e carinho, parte desses profissionais realizam suporte específico em espaços chamados de Salas de Recurso Multifuncional.

Alunos com vários tipos de necessidades, como os autistas, portadores da síndrome de Down, portadores de paralisia cerebral, deficientes visuais e auditivos, entre outras, são atendidos nessas Salas de Recurso no contraturno das aulas, como explica a professora Adalgisa Zampieri, 54 anos. “Na Sala de Recurso Multifuncional, que é um espaço dentro da escola, fazemos o trabalho de interação social, comportamento, suplementação ou complementação daquilo que eles apreendem em sala de aula, além de diversas atividades que capacitem esses alunos”.

A suplementação é feita com alunos chamados de “altas habilidades/super dotação”, que são os super dotados, conforme explica a gestora da Coordenadoria de Políticas para Educação Especial (COPESP) da Secretaria de Estado de Educação (SED), Janaína Belato. “Para esses alunos a escola é um atraso de vida porque tudo que o professor ensina, eles já sabem. E muitas vezes são alunos arredios e por isso é importante fazer um trabalho de interação social”, diz Janaína.

Já a complementação nas Salas de Recursos é feita com alunos que possuem outros tipos de necessidades especiais. “Com alunos autistas ou portadores de outras necessidades, nós trabalhamos em especial o aprendizado de sala de aula. Eles precisam receber um complemento daquilo que foi dado”, completa Janaína.

Para a professora Adalgisa o amor é o ingrediente que não pode faltar na relação entre educadores e alunos. “Não existe trabalho sem amor. Só quem ama é capaz de ensinar a eles”. Além do carinho,os professores precisam desenvolver inúmeras atividades e trabalhos em sala de aula que priorizem a autonomia do aluno, o aprendizado, concentração, memória e atenção. “Nós recebemos o kit mobiliário adequado que vem do Ministério da Educação (MEC), mas também fazemos a adaptação de diversos materiais, criando jogos e várias coisas que podemos usar com eles. Adaptamos lápis, prancha para que ele possa escrever, são várias adaptações, tudo para que possamos trabalhar todas as técnicas”, diz Adalgisa.  

A gestora Janaína lembra que são as características individuais que irão determinar a necessidade do acompanhamento em sala de aula ou não; o que vale também para a utilização da Sala de Recurso Multifuncional. “Não é o diagnóstico que define a necessidade, o tipo e a intensidade do apoio que o estudante requer. São as características individuais desse estudante que são observadas pela equipe da Educação Especial, que requer algumas vezes uma intervenção pedagógica individualizada ou não. O serviço de apoio individualizado é disponibilizado quando as necessidades educacionais do aluno não forem contempladas no contexto geral da turma”.

Uma avaliação minuciosa é feita com os estudantes de necessidades especiais para classificar suas habilidades, como deverá ser feita a comunicação com eles, de forma específica, entre outras coletas de informação. “Elaboramos um Plano Educacional Individualizado (PEI) e lá teremos uma avaliação, inclusive psicológica, do aluno”, salientou a professora Adalgisa.

Todo trabalho e dedicação são pautados na “paciência individual”, explica Adalgisa. “Em sala de aula precisamos ter paciência com cada um. Tudo é no tempo deles e cada um tem um tempo diferente. Trabalhamos esses princípios com a família deles também. A gente aprende a ser paciente até mesmo fora de sala”, conta a professora que há mais de 10 anos trabalha com alunos especiais. (Com informações do Portal MS)