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Polêmica

Aulas voltam de maneira remota e presencial com 50% dos alunos em salas

Volta das aulas presenciais tem dividido opiniões e trabalhadores em educação querem vacinação antes de voltarem para salas

Salas > Poderão funcionar com 50% dos alunos - Arquivo/JP
Salas > Poderão funcionar com 50% dos alunos - Arquivo/JP

O ano letivo das redes municipal e estadual de ensino de Três Lagoas está marcado para começar dia 1º de março.  Em decorrência da pandemia da Covid- 19, os alunos terão a opção de voltar às salas de aula, ou continuar estudando de maneira remota. Neste último caso, quando o aluno não tem acesso à internet, e buscam o conteúdo nas escolas para estudar em casa.

De acordo com decreto da Prefeitura de Três Lagoas, os alunos serão divididos por turmas. A capacidade permitida em cada sala de aula será de 50% dos alunos. Para o revezamento cada turma deverá ser organizada em dois grupos. Cada grupo terá uma semana de aula presencial (tempo escola) e uma semana de aula não presencial (tempo casa).

Todas as unidades terão que cumprir o Plano de Ação e Protocolo de Biossegurança de Volta às Aulas Presenciais. A secretária de Educação, Ângela Brito, informou que todos materiais necessários para garantir a segurança dos alunos e dos trabalhadores em educação foram adquiridos, como máscaras, álcool em gel, marcadores para o distanciamento dos alunos e carteiras, entre outros equipamentos.

A secretária destacou que o protocolo de retorno às aulas foi muito bem executado e aprovado pela Vigilância Sanitária. Além dos materiais de proteção contra a Covid, Ângela disse que também que foram adquiridos os kits escolares e alimentação. Professores também já foram contratados, inclusive, os que participaram do último processo seletivo e não tinham sido convocados. 

A Secretaria Municipal de Educação também instituiu o Comitê Unidade de Ensino de Gerenciamento da Pandemia da Covid-19, para coordenar e subsidiar as decisões e ações durante esse período.  De acordo com a coordenadora do Núcleo de Monitoramento de Normas, Ana Cláudia Bazé de Lima, o objetivo do Comitê é adequar em cada unidade a execução do plano de retorno às aulas. 

Decreto publicado nesta semana, ressalta ainda a necessidade de se acolher os estudantes que retornam de um longo período distante das escolas. 

Professores são contra volta às aulas presenciais sem vacinação 

Nesta semana, uma polêmica foi gerada na Câmara de Vereadores de Três Lagoas, quando alguns parlamentares solicitaram prioridade dos professores na vacinação contra a Covid-19. Alguns vereadores entendem que as aulas presenciais não deveriam ser retomadas sem antes os professores serem imunizados. Por outro lado, teve quem afirmou que outras categorias também são prioridades e que estava na hora de alguns professores não se acovardarem diante do vírus e voltar ao trabalho.

A declaração do vereador motivou uma nota por parte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinted). Segundo a presidente do sindicato, Maria Diogo, é impossível o retorno hibrido com a atual situação da Covid, sem que ante os professores sejam imunizados.
 Maria Diogo disse que alguns trabalhadores em educação já se contaminaram com o retorno do trabalho, mesmo sem os alunos em sala. Os professores estão em jornada e elaborando as atividades pedagógicas.

A presidente do sindicato disse que foi solicitado ao prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) a antecipação da vacinação, o que não ocorreu. Maria Diogo criticou também o Plano Nacional de Imunização que não colocou os professores como prioridades na fila de vacinação. 

Maria Diogo acredita que as aulas na Rede Estadual caminham para continuar de maneira remota.  A Rede Municipal de Campo Grande  vai continuar sem aulas presenciais até o meio do ano. A presidente do Sinted espera que a Reme de Três Lagoas também mantenha as aulas remotas.

Ela disse que muitos profissionais já estão afastados por questões de comorbidades, e que se as aulas presenciais voltarem, a tendência é aumentar o número de trabalhadores com atestados.

Covid > Educadores temem contaminação em massa

Aulas presenciais dividem opiniões 

Assim como o Sinted de Três Lagoas, a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), entidade que representa 74 sindicatos em educação e mais de 25 mil profissionais em educação do Estado são contra o retorno das aulas presenciais enquanto eles não forem vacinados contra à Covid-19.

Além disso, a federação cobra uma agenda de vacinação de toda a população, o que inclui os estudantes e seus familiares. “Sabemos que, em caso, do retorno das aulas presenciais, existe grande dificuldade para manter o distanciamento social, especialmente entre os alunos mais jovens, que mesmo sem sintomas podem ser transmissores em potencial. Por essa razão, a exposição de professores e funcionários  com a retomada das aulas presenciais, é uma preocupação da categoria, compartilhada com as famílias, em especial as que convivem com idosos e grupos de risco e, que, em grande maioria, não querem enviar seus filhos para a escola e correr o risco de contrair o vírus”, ressalta a Fetems.

Em Três Lagoas, muitos pais tem comentado através das redes sociais que não vão mandar os filhos para a escola antes da vacinação. Por outro lado, alguns entendem que é hora dos estudantes voltarem para a sala de aula.