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Dilma abre inscrições de 12,5 mil bolsas para brasileiros que querem estudar no exterior

Candidatos de exatas podem se candidatar a vagas de graduação em seis países

A presidente Dilma Rousseff lançou, nesta terça-feira, editais que abrem 12,5 mil vagas para estudantes interessados em cursar uma universidade no exterior. Os candidatos podem se candidatar a bolsas por meio de chamadas públicas. São oito editais que vão selecionar candidatos para seis países: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, França e Canadá.

Também foram anunciados os 1.500 selecionados no primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras, que cursarão graduação na modalidade sanduíche em universidades norte-americanas. A chamada pública, coordenada pela Capes, recebeu 7.007 inscrições. Dos selecionados, 841 embarcam em janeiro de 2012, e os demais, em julho de 2012.

As oportunidades são em cursos de graduação na modalidade sanduíche e, no caso do Canadá, tecnólogo sanduíche. A previsão é que cada um dos países ofereça, até 2014, 10 mil bolsas de graduação (no caso dos EUA, 18 mil).

O período de inscrições irá de 13 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012. A previsão é que a partir de março de 2012 os estudantes selecionados estejam nos países para os quais se candidataram. Durante os seis primeiros meses eles terão a possibilidade de frequentar cursos de idiomas no país de destino.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, explicou que foram escolhidos 20 setores em áreas de ponta, sensíveis e estratégicas para o país. Todas as bolsas foram divididas em três grandes áreas: ciências básicas, engenharias e tecnológicas.

– São diversas bolsas para graduação, doutorado de um ano, doutorado integral e pós-doutorado. Isso além da atração de jovens cientistas e pesquisadores especiais. Isso é um grande avanço para o país.

O ministro lembrou também que os cursos vão permitir que os estudantes aprendam uma nova língua nos países que vão morar.

– Nós daremos três meses de curso de línguas preparatórias no Brasil antes de viajar e entre seis e oito meses lá no país antes de começar o curso na universidade. Vamos priorizar também que o estudante viva a cultura local dos países.

Já o ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou que o programa pretende garantir a internacionalização da ciência brasileira oferecendo intercâmbio de docentes, estudantes, pesquisadores “em escala nunca vista”.

– Vamos oferecer vagas para uma elite intelectual do país, seja ela pobre ou rica. Oferecer um ensino diferenciado para o estudante se preparar e voltar para o país ajudando no seu desenvolvimento.

A presidente Dilma afirmou que o governo está fazendo um esforço na área "que mais precisa", de exatas.

– Somos de fato um país muito rico. Temos petróleo, minério, agricultura, indústria. Mas o que nós temos certeza que vamos precisar próximos anos são homens e mulheres muito bem preparados e capacitados com condições de permitir que nosso país adentre a economia do conhecimento sendo capaz de produzir ciência, de inovar e de absorver tecnologia e de transformar.

Também participaram da solenidade a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Glaucius Oliva, e o presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge Guimarães.

Entre os critérios de seleção dos estudantes estão: ser brasileiro, ter nota mínima em teste de proficiência do idioma do país de destino, estar matriculado regularmente em curso de graduação nas áreas prioritárias do programa, ter cursado no mínimo 40% e no máximo 80% do currículo previsto, apresentar perfil de aluno de excelência, com bom desempenho, segundo o critério da IES (Instituto de Ensino Superior).

Ciência sem Fronteiras

O  programa Ciência sem Fronteiras foi lançado no dia 26 de julho deste ano, e deverá conceder 100 mil bolsas de estudo até 2014, sendo 75 mil financiadas pelo governo e 25 mil ofertadas pela iniciativa privada. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no país, ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros.

O foco do Ciência sem Fronteiras são áreas como engenharias, física, química, computação, biotecnologia, energias renováveis, entre outras que demandam mão de obra altamente qualificada. O investimento do governo federal será de R$ 3,1 bilhões.

Das 75 mil bolsas, 27.100 serão para gradução; 24.600 para um ano de doutorado fora; 9.790 para doutorado integral de quatro anos; 8.900 para pós-doutorado de um a dois anos; 2.660 para pesquisas de seis meses; 700 para treinamento de especialistas já empregados por até um ano; 860 para jovens cientistas, por até três anos; e outras 390 para pesquisadores de fora virem ao Brasil.

Foram selecionadas as 50 melhores universidades nas áreas de engenharia e tecnologias e ciências da saúde, incluindo Harvard, Stanford, MIT, Columbia e Yale, nos Estados Unidos. Além de Cambridge, Oxford e Imperial College, no Reino Unido, entre outras.

A bolsa incluirá passagem aérea, bolsa mensal de US$ 870 (R$ 1.600), seguro-saúde, auxílio moradia, taxas de infraestrutura, além das mensalidades escolares. Para essas, que custam R$ 30 mil e R$ 50 mil por ano, o governo espera contar com a ajuda de empresas.