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Nesta rua tinha um córrego: história das águas encaixotadas que correm sob Campo Grande

Atualmente, técnica é substituída por outras ações ecologicamente corretas

Na Rua Maracajú, córrego transbordava após chuvas fortes - Foto: Roberto Higa/ARCA
Na Rua Maracajú, córrego transbordava após chuvas fortes - Foto: Roberto Higa/ARCA

No centro de Campo Grande, rios cortavam as avenidas. Nasciam entorno da cidade e percorriam o caminho até chegar nas principais ruas da Capital. No cenário, o avanço da urbanização, construída ao redor, convivia bem com o meio ambiente. Até que chovesse.

As águas do céu se encontravam com as dos córregos e os enchiam. Lojas chegavam a ficar inundadas. Essas cenas marcaram a história da cidade morena e são guardadas na memória de quem viveu na época.

O Córrego Maracaju, que passava pela rua que leva o mesmo nome, foi completamente coberto ainda na década de 1970. Já o trecho do Prosa que passava pela avenida Fernando Correia da Costa foi encaixotado recentemente, nos anos 1990.

O termo pode parecer estranho e ser confundido com outra técnica, a canalização. Mas, segundo o professor do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), Arnaldo Meneccozi, são diferentes.

“O encaixotado tem uma cobertura de concreto por cima, e o canalizado só tem o concreto nas duas laterais e embaixo do leito dele. Quando faz a canalização, desvia-se o leito, se faz o concreto, depois o leito volta, e daí faz o concreto nas duas margens”, explicou.

Técnica ultrapassada

O encaixotamento desses córregos foi a forma encontrada por autoridades para solucionar os problemas das enchentes. Mas o que antes era avanço hoje ficou ultrapassado. Segundo o professor do IHGMS, a técnica permite que ocorram enchentes. “Em algumas cidades que fizeram isso deu problema, porque se der uma chuva muito forte entope tudo e daí transborda”.

Profissionais apontam que uma das maneiras ecológicas para evitar catástrofes é a preservação das vegetações nas margens. Iniciativa já tomada pela concessionária Águas Guariroba através do projeto ‘Viveiro de Mudas’.

O plantio de mudas na região da Bacia é um dos fatores essenciais que contribui para o ciclo de restauração ambiental, evitando a degradação, assoreamento de córregos e de reservatórios naturais.

Desde 2010, a concessionária soma cerca de 40 mil mudas plantadas, ampliando a conscientização e a preservação ambiental. O projeto conta com a participação de produtores rurais. Confira mais informações no áudio da reportagem, disponível no topo da matéria.