Para se dar bem na segunda fase da Fuvest, que começa neste domingo (8), não há fórmula mágica: terá mais chances quem se preparou melhor.
No entanto, segundo professores de cursinho ouvidos pela reportagem do R7, na hora de responder às questões – que agora são dissertativas e não mais de alternativas – enrolar será certamente a pior opção. É importante demonstrar espírito crítico e objetividade.
Para Alessandra Venturi, coordenadora pedagógica do cursinho da Poli, nesses dias que antecedem o exame, fazer uma leitura atenta das notícias em jornais, revistas e sites pode ajudar na hora de responder às questões.
– Boa desenvoltura, vocabulário e repertório vão contribuir. Às vezes, o vestibulando tem conhecimento, mas não consegue colocar no papel.
A prova será aplicada no domingo, na segunda-feira (9) e na terça-feira (10) e selecionará alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para o curso de medicina da Santa Casa de São Paulo. Pouco mais de 31 mil candidatos vão disputar quase 11 mil vagas nas duas instituições. A primeira fase foi realizada em novembro do ano passado e teve 146.892 inscritos – 14.621 faltaram.
Estará eliminado do vestibular quem zerar nas provas em qualquer um dos dias.
Nesta segunda etapa, o primeiro dia terá dez questões de português e literatura, que valem metade da nota, e a redação, que terá o peso da outra metade.
Alberto do Nascimento, coordenador de vestibulares do Anglo, destaca a importância de não fugir do tema proposto na redação.
– Independentemente do quanto estiver bom o texto, se o candidato fizer isso, pode zerar, o que vai prejudicá-lo bastante.
Segundo dia
Na segunda-feira, os candidatos responderão a 16 questões, divididas entre as matérias matemática, química, física, história, geografia, biologia e inglês.
Fabio Machado Bueno, professor de química do cursinho 11 de Agosto, lembra que podem aparecer questões que exijam conhecimento interdisciplinar.
– Nas respostas, será importante fazer relação entre as matérias. A prova procura saber se o aluno tem espírito crítico sobre as matérias. Ele deve mostrar isso.
De acordo com Alessandra, ler as perguntas com uma "visão do todo" pode fazer a diferença.
– A Fuvest está aos poucos tornando algumas questões interdisciplinares e multidisciplinares. O candidato pode ver um mesmo assunto em várias matérias.
Terceiro dia
Já a terça-feira será dedicada às questões específicas. Serão 12 perguntas de matérias relacionadas à carreira escolhida pelo vestibulando. Bueno alerta que devem ser cobrados nas questões conhecimentos mais pontuais em relação aos temas.
Mas o mais importante para se sair bem, diz o professor, é uma boa dose de confiança.
– O aluno que tiver segurança vai passar, mesmo aquele que foi aprovado no corte na primeira fase. Claro que a segurança também vem com o estudo, mas quem mantiver a calma certamente terá boas chances.
Bueno dá uma dica para ajudar a organizar o tempo durante o exame.
– Siga a ordem da prova. Os assuntos em que, por ventura, o aluno tiver mais dificuldade, ele pode pular e deixar para o final.
Nascimento lembra que, nas questões, se o aluno não conseguir demonstrar todo o seu raciocínio, é melhor responder parte da pergunta do que não responder nada.
– As notas não são zero ou tudo, se o aluno responder parte, ficar faltando um detalhe, isso pode ser levado em conta. Ele tem de se esforçar ao máximo para não deixar nada em branco. Mas lógico que não vale encher linguiça.
O mesmo vale se der um "branco" em alguma fórmula, diz Nascimento.
– Às vezes, ele esquece a fórmula, mas sabe montar o esquema de resolução. Aí ganha pontos com isso.