Uma mobilização que começou em um grupo de WhatsApp e foi parar no Ministério Público Estadual (MPE), em Três Lagoas. Pais de alunos de escolas particulares e públicas realizaram um abaixo-assinado pedindo a abertura das unidades para as aulas presenciais, já no início do ano letivo de 2021, que começa no mês de fevereiro. Em apenas um mês, o documento recebeu 300 assinaturas de pessoas que apoiam o manifesto.
As escolas foram fechadas, em Três Lagoas, no mês de março, no início da pandemia, e as atividades passaram a ser de forma remota (online). Ainda não há nenhuma data oficial para que a rede privada, as escolas públicas estaduais ou municipais retomem as aulas presenciais. “Nós alegamos no documento que as escolas são um ambiente seguro. Porque será um local controlado, que vai garantir a segurança do aluno. E, hoje, essas crianças que não estão na escola, estão nas ruas sem nenhuma proteção ou vão junto com os pais para o ambiente de trabalho, sem proteção também. Elas [crianças] correm o risco de contágio do Coronavírus, como outros perigos, como aliciamento para drogas, abuso sexual. Acho que ninguém parou para pensar ainda nesses riscos, além do vírus”, considerou a médica legista, Laura Montechi, que é uma das coordenadoras do grupo de pais de estudantes.
O grupo entende que há segurança para manter a educação funcionando, mas que as escolas públicas vão precisar de mais adequações relacionadas às medidas de biossegurança por conta da quantidade de estudantes dentro das salas de aulas. O documento propõe que as unidades busquem alternativas, como ‘rodízios de alunos’ durante a semana. “Dá para voltar sim. As escolas tiveram nove meses para apresentar um projeto de retorno. Não dá mais para continuar assim”, frisou.
As flexibilizações de volta às aulas presenciais, em estados vizinhos, como São Paulo e Mato Grosso, ajudam a fortalecer o argumento do grupo. O Ministério da Educação (MEC) homologou, no mês de dezembro, uma decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) e permitiu que as aulas remotas continuem em 2021. O texto aprovado diz que é decisão individual do pai do aluno em enviá-lo para a escola. Mas, os pais que decidirem manter o regime remoto deverão cumprir as atividades e avaliações solicitadas pelas unidades de ensino.