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Polícia Federal pede mais prazo para concluir inquérito do Enem

Policiais alegam que precisam de mais esclarecimentos do Inep e ouvir mais uma pessoa, que está no Rio

A Polícia Federal no Ceará quer mais prazo para concluir o inquérito sobre como estudantes do Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso a questões do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) antes da prova. Conforme informou a assessoria de imprensa da PF, o prazo de prorrogação padrão é de 30 dias. O pedido foi aceito.

Segundo a PF, o delegado que cuida do caso quer interrogar mais uma pessoa antes de concluir a investigação, que está em viagem no Rio de Janeiro. Além disso, quer mais esclarecimentos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre a prova.

O inquérito policial apura a suspeita de que o colégio e cursinho pré-vestibular Christus – um dos principais grupos educacionais do Ceará – distribuiu aos seus alunos apostilas com questões idênticas às do Enem dez dias antes da prova, aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro.

O MEC diz saber que as questões foram extraídas do pré-teste aplicado em uma das sedes do colégio em outubro do ano passado e, segundo o iG apurou, a investigação deve mostrar que elas foram fotografadas dentro da instituição.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou que, no dia da aplicação do teste no colégio, dois alunos faltaram. Os cadernos de provas destinados aos dois alunos ficaram sob a responsabilidade dos fiscais de sala – contratados pelo consórcio Cesgranrio/Cespe – durante o tempo dado aos estudantes para responder o teste. Ninguém pode levar os conjuntos de itens para casa e nenhum deles foi extraviado, segundo o Inep.

A defesa do colégio trabalha com a hipótese de que três ou quatro pessoas foram contratadas pelo consórcio Cesgranrio/ Cespe para aplicar as provas no colégio.

Anulação de questões

Por causa da antecipação das questões, os alunos do Christus terão 14 questões do Enem 2011 anuladas. Com isso, os 639 estudantes do ensino médio do colégio que aplicou uma prova simulada com 13 questões idênticas as da prova oficial e outra muito similar terão os demais itens recalculados para que possam alcançar pontuação competitiva em relação aos outros candidatos. Até o momento, os estudantes que fizeram cursinho na escola e também podem ter acessado o mesmo simulado não sofreram qualquer restrição.