Você sabia que alguém que suicida não tem como objetivo tirar a própria vida? Pois é. Alguém que suicida tem como objetivo "se livrar" de um sofrimento que, a seu ver, naquele momento, é insuperável e intransponível. Na fragilizada situação emocional do suicida, pode-se afirmar que tirar a própria vida seria como "amputar um dedo tomado por uma enfermidade sem cura e que lhe cause uma dor insuportável".
De acordo com Leonardo Ferreira Guimarães, formado em psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, um possível suicida emite sinais discretos e quase imperceptíveis aos olhos de quem convive com ele, ou, quando são percebidos, são rotulados como "comportamentos dramáticos", "frescura" e outras coisas. Antes de chegar ao ato em si o suicida até se repreende, nega que seria capaz daquilo e, sem perceber, acaba caindo em um ciclo de pensamentos que vão se tornando mais constantes, e, diante do sofrimento pelo qual esteja passando, vai se tornando sensível à possibilidade de "dormir e não mais acordar".
O sentimento de culpa, desequilíbrio emocional, uso de drogas, problemas socioeconômicos, solidão, doenças crônicas, insanidade mental e depressão são algumas das principais causas. Dados do Ministério da Saúde mostram que, por hora, uma pessoa tira a própria vida e três tentam suicídio no Brasil. O Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio lançada em 2015 e que teve início no último dia 1°, visa a quebra de paradigmas e rótulos, propondo uma reflexão sobre o fato.
Não ignore um olhar triste, uma lágrima incessante, um isolamento constante e um pedido de ajuda de alguém. Fique atento. Alguém que você ama pode estar alimentando a traiçoeira ideia de "dormir e não mais acordar".