Uma sala de aula da rede pública de ensino tem, em média, 35 alunos. Número quase ao equivalente de professores que pediram afastamento (40) por desencadeamento de transtornos mentais graves do tipo depressão, transtorno bipolar, crises de ansiedade e síndrome do pânico. Dentre estes, o mais grave é a depressão.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinted), problemas nas cordas vocais e as dores musculares também ganham espaço nos pedidos de licença médica.
O desafio é diário e a saúde pode não resistir. A depressão precisa ser diagnosticada por um profissional, a princípio por um psicólogo que ao constatar como um quadro grave encaminhará para um psiquiatra. “Não há um projeto de prevenção ou uma equipe multidisciplinar que poderia estar atendendo, ajudando. A prevenção então é buscando melhorias na qualidade e na valorização do professor”, destacou a presidente do sindicato, Maria Laura Castro.
JORNADA
Ela pontua ainda a jornada do professor que é de 20 horas/aula e de 40 horas/aula. “O trabalho do professor é exaustivo, requer muito esforço mental e físico. Ele leva trabalho para casa, é uma constante de emoções. Além do que são muitos alunos em sala de aula para um único professor. Fora a elaboração de provas, correção, planejamentos de aulas. Junta tudo isso com as agressão moral e física, então é muito desgastante”, considerou a sindicalista.
Atualmente Três Lagoas possui 1.600 professores, em média, entre concursados e contratados dentro das escolas municipais, Centros de Educação Infantil (Ceis) da prefeitura e escolas estaduais. Ao todo, eles dão aulas para 20 mil estudantes das séries iniciais, ensino fundamental e médio, segundo dados do Estado.