Juros altos, economia em alerta, preços disparados e investidores preocupados. O primeiro trimestre de 2016 não foi fácil. O setor empresarial teve que enfrentar diferentes obstáculos para crescer ou até mesmo se manter sem ter que fechar as portas. Para alguns, o momento de “aperto” trouxe a necessidade de mudanças e de rever conceitos.
“Consegue se equilibrar quem muda a forma de agir e mantém a qualidade do produto oferecido ao cliente. Quando há estabilidade econômica é fácil crescer, mas depois que ela é atingida sobrevive quem tem coragem de cortar a própria carne e, não, a do cliente, porque ele já não tem”, afirmou o empresário Paulo Ishibashi, proprietário do restaurante de comida japonesa Yakiniku.
Ele conta que há cinco anos comprou o estabelecimento e que desde o início de 2015 tenta gerenciar a crise instalada no setor. Os três filhos são quem administram o estabelecimento e uma das principais alternativas encontradas foi congelar o preço dos produtos oferecidos. Segundo o empresário, os valores não são reajustados há um ano, o que tem garantido a clientela do lugar.
“Não posso aumentar ou forçar no preço se estamos em uma época de crise, período em que ninguém quer mais gastar. Preciso atrair o cliente de alguma forma e essa foi a alternativa”, destacou. Paulo Ishibashi pontua que os ingredientes do cardápio da comida japonese tiveram alta de 35% nos últimos meses, o que dificultou ainda mais a comercialização.
Segundo ele, foi necessário retirar do próprio bolso, como parte do pró-labore (remuneração do proprietário), para manter a empresa aberta. “Muita gente ainda quer ganhar bem em meio a uma instabilidade financeira cheia de falências. Não tem como buscar isso e trabalhamos com o lucro mínimo para sobressair”, concluiu. O restaurante chegou a ter 50 funcionários e atualmente mantém 30. Outra estratégia foi informatizar 45% do estabelecimento.