“O caminho do futebol é uma vida insegura. Tanto pode dar certo, como errado. Você pode dormir pobre e acordar rico como pode acordar sempre pobre”, assim Marcos Paulo Ferreira de 20 anos, dos quais, quase cinco dedicados ao futebol, explicou o motivo de abandonar a carreira de atleta profissional.
Marcos Paulo é nascido e criado em Três Lagoas e atuava como volante no Misto. Fez teste no São Paulo em 2005, então com 16 anos, mas acabou reprovado.No mesmo ano acertou com o Santo André (SP), porém, ficou apenas até o ano seguinte.
A crise que abalava o clube do ABC paulista o deixou sem emprego. Com os profissionais quase rebaixados, a direção decidiu cortar gastos acabando com a categoria juvenil, na qual Marcos Paulo jogava. Na seqüência, o volante que ainda era meia, foi parar no desconhecido Desportivo Brasil de Barueri (SP) e em 2007 chegou ao Misto, onde foi vice campeão estadual ano passado.
Desanimado e desiludido com o esporte profissional, ele continuou explicando. “Mesmo no começo de carreira já sentia que não era para mim. Aí aconteceu tudo isso aí (problema dos cheques sustados) e complicou de vez”, frisou.
Marcos Paulo se lembra de ter feito quatro ou cinco gols pelo Santo André e dois pelo Misto na série B. “E perdi alguns aí na primeira divisão”, sorriu.
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Segundo o agora ex-atleta, propostas até surgiram, mas ele preferiu não aceitar.
“Teve uma do Atlético de Sorocaba (SP), mas eu não quis ir. Pelo pouco que já vi no futebol fora daqui, sei que não era para mim”. O zagueiro Cleber, que jogou com ele esse ano, preferiu não intervir na atitude do ex-companheiro. “A decisão de parar ou continuar é de cada um. Cada um sabe aonde pode chegar. Eu o apóio em qualquer decisão. Espero que a família dele também”, disse.
O lateral esquerdo Adriano que também jogou com o treslagoense não tem o mesmo pensamento. “Eu acho que ele não devia parar. Ele ainda é novo, é um bom jogador. Tinha que correr atrás. Mas é uma decisão individual, se ele está certo disso, eu respeito”, frisou. Marcos Paulo está estudando para prestar concursos.
“Pretendo seguir a carreira da minha irmã. Fazer Direito, mas não para advogar. Para prestar concursos mesmo”. A lição que fica do futebol? “Não fazer contas sem ter certeza se vai receber salário e não confiar em todos”, finalizou.
