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Cultura Brasileira

Capoeira: luta, dança, esporte e patrimônio cultural

Conheça mais da luta que tem origem em movimentos de escravos africanos

Dia 3 de agosto marca o dia da capoeira - Reprodução Social Bauru
Dia 3 de agosto marca o dia da capoeira - Reprodução Social Bauru

Berimbau, agogô, pandeiro, reco-reco e viola; instrumentos que dão vida as rodas de capoeira. A luta, esporte e dança é considerada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) patrimônio cultural imaterial da humanidade. A capoeira nasceu na África, no século XVI, quando era praticada por escravos africanos.

Ao chegarem no Brasil, os africanos utilizaram a capoeira como uma forma de proteção contra a violência e repressão dos senhores de engenho. E após os colonizadores brasileiros proibirem os escravos de praticarem qualquer tipo de luta, eles começaram a utilizar o ritmo e os movimentos de suas danças africanas na luta, criando então a capoeira.

As rodas de capoeira ocorriam em terreiros próximos às senzalas e tinha como funções principais à resistência da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. A luta ficou marcada como um instrumento importante de resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

Até 1930 a capoeira era proibida no Brasil, por ser vista como uma prática violenta e subversiva. Foi então em 1930 que um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. Vargas gostou da apresentação e revogou a lei que então proibia a prática da capoeira, e a transformou em esporte nacional brasileiro.

O esporte possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a Capoeira Angola. As principais características deste estilo são o ritmo musical lento, golpes próximos ao solo e muita malícia. O Estilo Regional, criado por Mestre Bimba, caracteriza-se pela mistura da malícia da Capoeira Angola, com o jogo rápido de movimentos ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sem acrobacias. Já o terceiro tipo de capoeira é o Contemporâneo, que une um pouco dos outros dois estilos, e é o mais praticado atualmente.

E aqui em Mato Grosso do Sul a Federação Estadual de Capoeira ajuda a manter viva a prática da luta. Fundada em 1996, a Federação é comandada atualmente pelo mestre Moacir Barbosa da Silva. Segundo ele o Estado conta com 15 associações de capoeira e cerca de 10 mestres formados.

A CBN Campo Grande entrevistou o presidente, que explicou a história da capoeira no Estado e falou ainda sobre as dificuldades e desafios da luta. Confira: