ESPECIAL: Supervisor aposta em Oscar como um dos maiores camisas 10 do Brasil

Meia. Quando se lê essa palavra logo se lembra daquela peça de roupa que veste os pés. A não ser que você esteja lendo o caderno de esportes do seu jornal preferido. O meia, meio campo, meio-campista ou o chamado “camisa 10”, hoje é artigo raro no futebol. Mas dois “times” podem se orgulhar de ter uma raridade como esta: o São Paulo Futebol e Seleção Sub-20. Oscar dos Santos Emboaba Junior é um desses jogadores raros. Franzino ainda, mede 1m79cm e pesa 66kg, ele é o mais novo dos 18 jogadores convocados pelo técnico Rogério Lourenço para os amistosos no MS.

Natural de Americana (SP), onde foi criado, o meia sãopaulino usa a camiseta 30 entre os profissionais em seu clube. Na Seleção Sub-20 usou a 16. Oscar começou jogando futsal aos sete anos de idade. Aos 13, chegou ao São Paulo em 2004 para jogar na categoria mirim. Passou quase que toda a adolescência no Centro de Treinamento de Cotia (SP), longe da mãe, Sueli e das duas irmãs. O pai é falecido. Como em tantos outros casos, um jogo contra a equipe atual, mudou o rumo da carreira do caçula da Sub-20.

“Fiz um amistoso contra o São Paulo pela escolinha que treinava em Americana. Fui muito bem e me chamaram com mais alguns para fazer testes e passei”, conta orgulhoso. Quando não está jogando futebol, é caseiro. “Gosto de ficar com a família e a minha namorada que é lá de Americana”. Oscar ganhou vários títulos nas categorias de base e fez parte do elenco Campeão Brasileiro de 2008 pelos profissionais do São Paulo. No Morumbi, é tratado como jóia rara. Chegou até mesmo a ficar de fora da disputa de uma Copa São Paulo de Futebol Junior quando tinha 16 anos. A intenção dos dirigentes era “esconder” o atleta do assédio de empresários. Com a idade que tinha, caso uma equipe do exterior quisesse levá-lo embora do País, bastava se acertar com a família de Oscar, já que nessa idade ainda não é permitido assinar contratos profissionais.

Oscar estreou no time principal do Tricolor ano passado na Copa Sul Americana, contra o Atlético PR no empate 0 a 0 na Arena da Baixada  em Curitiba. O meia, que afirma não ter nenhum tipo de mania, jogou três partidas esse ano no Campeonato Brasileiro pelo São Paulo: Corinthians, Coritiba e Náutico. “Quero ser titular até o fim do ano”, crava. Entre técnicos e dirigentes só elogios.

“O Oscar tem uma clarividência típica dos craques. Estamos trabalhando para que ele seja titular já em 2010”, afirmou o técnico sãopaulino Ricardo Gomes à Revista do São Paulo. “Ele vai ser um dos maiores camisas 10 do Brasil. Vai desbancar todo mundo”, previu Humberto Rocha, supervisor da Seleção Sub-20. Em terras sulmatogrossenses, o “garoto de ouro” do atual Tricampeão Brasileiro foi destaque nas partidas contra Corumbaense e Misto.

Sonhos

“Até o final do ano quero virar titular do São Paulo. O Ricardo (Gomes) me falou para continuar assim. Quero jogar na Europa também, jogar a Champions (League, maior campeonato interclubes do mundo). Perguntado sobre a Seleção principal, Oscar preferiu deixar por conta do destino. “É conseqüência do trabalho”.