A seis meses da definição da sede da Olimpíada de 2016, em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou, de vez, garoto-propaganda no exterior da candidatura do Rio de Janeiro e cobrou a "democratização": "Os Jogos não podem ser privilégio apenas do que consideram mundo desenvolvido".
O brasileiro não é o único líder na campanha. Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciara que irá integrar a comitiva da candidatura de Chicago, na reunião do COI (Comitê Olímpico Internacional), em Copenhague, na Dinamarca.
Em 2005, o então primeiro-ministro britânico Tony Blair foi à cerimônia, e Londres venceu a disputa pelos Jogos.
Em visita às obras de Londres-2012, Lula disse hoje que o governo brasileiro gastará o dinheiro que for necessário para a Olimpíada. "Os bancos públicos vão garantir o crédito", afirmou o presidente.
Otimista, Lula disse que o Rio "entrou para ganhar" e "nunca esteve tão perto de ganhar uma Olimpíada". A cidade concorre pela terceira vez e está na fase final, contra Chicago, Madri e Tóquio. Segundo especialistas, a cidade japonesa é favorita e o Rio está em segundo.
Apesar das faltas de infraestrutura e segurança, o presidente brasileiro disse que o Brasil "não deve nada a ninguém" e que o Rio tem muitos atributos para mostrar. "Não vamos apresentar nenhuma Arca de Noé, nenhum elefante branco, não vamos inventar nada. Não vamos enfeitar pavão, ele já é bonito demais do jeito que é", disse o presidente.
Até agora, o Brasil já investiu R$ 55 milhões na candidatura carioca, de um orçamento total de R$ 93 milhões. Na semana que vem, o empresário Eike Baptista deve anunciar uma doação de mais US$ 5 milhões (R$ 11 milhões) para o projeto.
Lula esticou sua estadia em Londres apenas para visitar as obras, ao lado do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), do prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB), e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Sem sair do ônibus, os quatro fizeram um tour pelo canteiro, no extremo leste de Londres, uma zona empobrecida que será revitalizada.
O evento foi montado para mostrar à mídia estrangeira o apoio do presidente brasileiro ao Rio –parte da equipe da campanha no exterior é a mesma da candidatura de Londres.
O presidente descobriu que parte da vila olímpica construída em Londres será mantida, mas que outra parte será temporária, e fez piada.
"Vou fazer uma associação com Sua Majestade, a rainha Elizabeth, para saber o que pode ser aproveitado [na organização da Rio-2016]."