Os jogadores e comissão técnica que atuaram no Misto durante o estadual de 2009, ganharam um importante “reforço” para tentar receber seus salários. Trata-se de Tadeu Henrique Lopes da Cunha, procurador do Trabalho. Na última quinta-feira (9), o procurador abriu inquérito civil para apurar as irregularidades envolvendo o Misto Esporte Clube, com relação às dívidas que giram entre R$ 60 a R$ 70 mil.
“Considerando que estão sendo investigadas irregularidades de natureza grave, desrespeitando normas trabalhistas, como descumprimento da legislação trabalhista relativas ao não pagamento de salários, entre outros”, diz trecho da portaria nº 61 do Ministério Público do Trabalho, da 24ª Região, ao justificar a abertura do inquérito.
Ao relatar a decisão de instaurar o inquérito civil, o procurador do Trabalho, Cunha determinou que seja apurado “os fatos mencionados em toda a sua extensão e, se for o caso, propor as medidas judiciais cabíveis”.
As rescisões e o acerto aos funcionários haviam sido pagos em cheques pré-datados que acabaram sustados pelo presidente do clube, Jamiro Rodrigues pois não teriam fundos. Desde que souberam do problema, alguns atletas passaram a travar uma luta diária para conseguir receber o dinheiro a que têm direito.
No início a cobrança foi toda direcionada para Rodrigues. Após uma conversa, os atletas mostraram-se mais propensos a acreditar no presidente. Depois de conversarem e reunirem documentos, jogadores e presidente entregaram a papelada na Prefeitura, que, protocolou o documento, mas posteriormente, constatou irregularidades e orientou que nova prestação de contas fosse feita.
Após esse fato, os atletas ficaram irritados com a Prefeitura. Na opinião deles e do novo advogado do clube que veio de Campo Grande (o nome não foi revelado), não haveria motivos para a exigência da prestação de contas agora.
Segundo o secretário de Finanças da Prefeitura, Walmir Marques Arantes as leis federal, estadual e de responsabilidade fiscal permitem que uma cobrança de prestação de contas seja feita mensalmente.
“Eu fiquei sabendo pelos veículos de comunicação de possíveis irregularidades no Misto e resolvi suspender a última parcela até que me prestem contas. Isso chama-se zelo com dinheiro público. Só assim a gente fica com a consciência tranqüila, pois é dinheiro público”, disse. Arantes informou que Jamiro Rodrigues e seu advogado entregariam ontem a nova prestação de contas e em dois dias teria uma resposta em relação a liberação da última parcela do convênio com o Misto.