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O adeus a uma campeã!

Vitoriosa nas quadras, Ruth Roberta, de 52 anos, foi derrotada pela Covid-19

Vitoriosa nas quadras, Ruth Roberta, de 52 anos, foi derrotada pela Covid-19 - Arquivo/JP
Vitoriosa nas quadras, Ruth Roberta, de 52 anos, foi derrotada pela Covid-19 - Arquivo/JP

Uma atleta que fez história no basquete brasileiro, nas décadas de 80 e 90. Apesar de não ter nascido em Três Lagoas, sempre foi três-lagoense de coração. A gigante Ruth Roberta de Souza, morreu terça-feira (13), em decorrência da Covid-19, estava internada desde o fim de março na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Auxiliadora, onde não resistiu à doença. Ruth é natural de Guiratinga (MT) e chegou em Três Lagoas muito pequena.

Preta, filha de gari e pobre desde pequena, se destacava pela estatura alta e forte. Foi num momento raro de descontração, em uma colônia de férias, que Ruth foi descoberta pelo professor Dalmo Queiroz de Oliveira. No início, a jovem não queria o basquete e fugia para os campos de futebol. “Tinha que ir buscar a Ruth quase que no laço para as quadras”, lembrou o primeiro técnico, o professor Dalmo.

E não demorou muito para que as habilidades de Ruth chamassem atenção de outros times. Forte, ágil e com uma leitura de jogo diferenciada de outras jogadores, características de um bom pivô, Rutão, como era chamada, logo foi brilhar em times do interior paulista e não demorou para vestir o uniforme da Seleção Brasileira de Basquete.
E foi vestindo a amarelinha, que Ruth se consagrou campeã pan-americano em 1991, em Havana, Cuba. Inclusive, uma das fotos mais emblemáticas é a de Ruth recebendo a medalha de ouro pelas mãos de Fidel Castro.

Depois de não se classificar e ficar de fora das quatro primeiras edições do basquete feminino nos Jogos Olímpicos (1976/ 1980/ 1984 e 1988), Ruth fez parte de um timaço que classificou o Basil para os Jogos Olímpicos de Barcelona, na Espanha.

Naquele ano, a seleção brasileira de basquete terminou os jogos olímpicos em 7º lugar, mas aquela seleção já chamava atenção da imprensa internacional. Um time composto por uma constelação como Hortência, Magic Paula, Janeth, Helen Luz, Nádia Bento, Vânia Souza, Adriana Santos, Marta Sobral, Maria Bertolotti, Joyce Batista, Simone Pontello e neste “dream team” lá estava o nome de Ruth Roberta de Souza.

Se o ouro não veio em Barcelona, o título mundial chegaria dois anos depois no Mundial de Basquete em Sidney, Australia. E lá estava nossa Rutão, no pódio mais alto: Brasil Campeão do Mundo em cima do gigante time da China. O título de campeã do mundo colocou para a eternidade o nome da Ruth no “hall da fama” do basquete brasileiro onde estão os melhores jogadores de basquete.

Mas a história dessa atleta não foi só de superação e vitórias. Ruth teve várias derrotas, sendo uma delas para a Covid-19. Nos últimos anos, ela se formou em Educação Física, era professora de basquete na Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas, e estava lotada na Secretaria da Juventude Esporte e Lazer (Sejuvel). É com toda essa história, que Rutão deixa um legado…