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Três Lagoas, 16 de setembro

Apae de Três Lagoas celebra 49 anos de dedicação e enfrenta desafios

Reportagem é da série especial 'Mãos que ajudam' e mostra que a obra inacabada há uma década impacta o atendimento a pessoas com deficiência

Por Ana Cristina Santos
24/08/2024 • 11h58
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Na segunda reportagem especial da série sobre instituições relevantes para a sociedade de Três Lagoas, destacamos a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que completa 49 anos de atuação na cidade no próximo dia 30 de agosto. Com uma trajetória marcada pelo compromisso em promover a inclusão e o desenvolvimento integral de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, a Apae enfrenta desafios significativos para continuar oferecendo atendimento de qualidade.

Fundada com a missão de apoiar e educar pessoas com necessidades especiais, a Apae de Três Lagoas atende atualmente mais de 250 alunos, cujas idades variam entre 2 a 60 anos. Segundo a diretora Neuza Inácio, a instituição divide suas atividades em dois espaços distintos, mas a falta de um local único limita o atendimento. “O ideal seria termos um único espaço, mas atualmente funcionamos em dois locais, em na rua Generoso Siqueira e outra na rua Urias Ribeiro. Isso dificulta, mas continuamos a lutar para oferecer o melhor atendimento possível”, explica a diretora.

Educação para todas as idades

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A Apae conta com um Centro Educacional que oferece educação infantil a partir dos três meses de idade, incluindo uma sala de estimulação precoce. A instituição também oferece ensino fundamental do 1º ao 5º ano e educação para jovens e adultos a partir dos 18 anos. No entanto, a limitação de espaço tem sido um desafio constante para a entidade.

Ainda assim, a equipe da Apae não mede esforços para enriquecer o ambiente escolar. Recentemente, a instituição inaugurou uma brinquedoteca e mantém academias nas duas unidades. “Neste ano, conseguimos reorganizar nossa fanfarra, que conta com quase 60 alunos, e também estamos iniciando uma horta solidária. Estamos sempre buscando novas formas de oferecer um ambiente educativo e acolhedor”, destaca Neuza.

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência

Durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, a Apae promoveu uma série de atividades para os alunos, incluindo passeios externos e eventos que visam dar visibilidade à causa. “Nosso objetivo nessa semana é chamar a atenção da sociedade para o trabalho que realizamos e para as pessoas que atendemos. É um momento especial para todos nós”, afirma a diretora.

Apesar das dificuldades, a Apae continua sendo um pilar fundamental na vida de muitas famílias de Três Lagoas, mas a necessidade de um novo espaço é urgente.  De acordo com a diretora da escola da Apae, a dedicação da equipe e o impacto positivo na vida dos alunos são inegáveis, mas para que a instituição possa continuar e expandir seu trabalho, o apoio da sociedade e das autoridades é essencial.

Obra inacabada há uma década impacta o atendimento a pessoas com deficiência

A construção do novo prédio da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) em Três Lagoas, uma obra iniciada em 2011, continua paralisada há mais de uma década, evidenciando a necessidade urgente de apoio das autoridades para sua conclusão. O projeto, que visa atender de maneira mais eficiente as demandas de pessoas com deficiência intelectual e física, está parado devido à falta de recursos.

Com uma área projetada de 6.000 m² e um custo estimado de R$ 6,5 milhões na época, a obra começou com esperança, impulsionada por uma doação inicial da Câmara Municipal. Entretanto, após um investimento de R$ 1,5 milhão, as obras foram interrompidas por falta de recursos. Desde então, a conclusão da parte física exigem investimentos  na ordem de R$ 6 milhões adicionais, um montante que a Apae, segundo o atual diretor, Nelson Torres, não tem condições de investir.

“A Apae é uma entidade séria, dedicada ao atendimento de pessoas com deficiência, oferecendo serviços fundamentais por meio de nossa escola e do Centro de Reabilitação (CER 2). Porém, nosso orçamento mal cobre os custos operacionais e de manutenção,” explicou Nelson. Com uma diretoria composta por 20 voluntários, a entidade não tem condições de concluir a obra que poderia beneficiar  o atendimento a centenas de pessoas.

Se concluído, o novo prédio unificaria os serviços da escola e do Centro de Reabilitação, eliminando filas de espera e melhorando significativamente a qualidade do atendimento. “Três Lagoas é uma cidade grande e deveria ser um exemplo nesse tipo de atendimento. Infelizmente, o que vemos é a falta de apoio do poder público, apesar da excelente arrecadação da cidade,” destacou Nelson. Com um orçamento previsto de R$ 1,4 bilhão para 2025, a prefeitura tem potencial para contribuir de forma decisiva na conclusão da obra.

A obra paralisada não é apenas um prédio inacabado; ela representa o impacto direto na vida de pessoas que necessitam urgentemente de suporte da Apae. A conclusão desse projeto é mais do que uma questão de infraestrutura, é um compromisso com a dignidade e os direitos das pessoas com deficiência.

Diante dessa realidade, a Apae clama por uma atenção especial do poder público. “Se tivermos um apoio mais efetivo, traremos um retorno muito bom para toda a sociedade,” ressaltou Nelson, reforçando a importância de um engajamento mais ativo das autoridades locais.

Veja mais na reportagem abaixo: 

 

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