RÁDIOS
Três Lagoas, 19 de setembro

Pela segunda vez Marquinhos Trad não comparece à delegacia

Segundo depoimento de Trad no inquérito que apura denúncias de crimes sexuais estava marcado para ontem

Por Karla Machado / Isabelly Melo
24/09/2022 • 08h03
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EEstava previsto para às 10h da manhã dessa sexta-feira (23) o depoimento à Polícia Civil do ex-prefeito de Campo Grande e atual candidato do PSD ao governo do Estado, Marquinhos Trad, no inquérito aberto em julho deste ano para apurar denúncias de crimes sexuais que teriam sido cometidos pelo político. 

Na tarde dessa quinta-feira (22), em Dourados, enquanto caminhava pelo comércio em campanha eleitoral, Marquinhos Trad foi surpreendido por um agente da segurança pública com a intimação para prestar depoimento na capital. Marquinhos assinou a intimação e fez constar no documento que já tinha compromisso agendado em Três Lagoas para esta sexta-feira e pediu para que o depoimento fosse reagendado após o primeiro turno das eleições 2022.

"Recebo em Dourados às 11h28 com menos de 24 horas de antecedência para o meu comparecimento. Sendo certo que tenho compromisso antecipadamente agendado na cidade de Três Lagoas, amanhã. Sendo assim me coloco à disposição logo após o pleito do dia 02/10/2022”, assinou.

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Após a intimação, os advogados do candidato entraram com um pedido de Habeas Corpus, na Justiça Eleitoral, para que Marquinhos Trad não precisasse comparecer na delegacia, o que não foi concedido pelo TRE-MS. A defesa dele, então, entrou com um pedido de liminar na 3ª Vara da Justiça Criminal de Campo Grande, onde haviam sido concedidos os mandados de busca e apreensão na prefeitura e também a retirada das investigações de 10 das 16 denúncias, porque os crimes teriam sido cometidos em datas já consideradas prescritas para efeito de punibilidade.

 A juíza Eucelia Moreira Cassal concedeu o mandado de segurança e tornou facultativa a presença de Trad na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) nesta sexta-feira e Marquinhos acabou não comparecendo à delegacia.

A delegada responsável pelo caso, Maira Machado, falou com a imprensa, que estava à espera do político na frente da delegacia e que ficou sabendo da liminar concedida à ele pelos próprios jornalistas. Como a investigação segue em segredo de justiça, a delegada não deu mais detalhes, mas comentou que a Deam irá realizar todas as diligências necessárias para que o inquérito seja concluído no prazo. “Temos até o dia 18 de outubro para concluir as investigações”, afirmou. 
 

PRIMEIRA

Esta não é primeira vez que o candidato ao governo é chamado para depor no inquérito nº3007/2022. Nessa quarta (21), Trad não compareceu à Deam, alegando não ter recebido a intimação que foi entregue à uma das advogadas dele. “Olha, a gente vive em um país que tem regras jurídicas e eu fiquei sabendo da minha intimação por um jornal e me disseram que o inquérito é sigiloso”, disse à reportagem da CBN Campo Grande.

Marquinhos Trad foi intimado a prestar depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na quarta-feira, pelos supostos crimes de assédio sexual, favorecimento à prostituição, importunação sexual, perseguição e posse sexual mediante fraude que teriam sidos cometidos pelo político. 

O depoimento estava marcado para às 14h, mas Marquinhos Trad não foi à delegacia. Ao ser indagado sobre o porquê do não comparecimento para apresentar a sua versão sobre as denúncias, Trad se esquivou da resposta. “Olha, a gente vive em um país que tem regras jurídicas e eu fiquei sabendo da minha intimação por um jornal e me disseram que o inquérito é sigiloso”, pontuou. 
Informações de bastidores apontam que Marquinhos Trad teria pedido à polícia para adiar o depoimento em alguns dias, em data posterior às eleições. A reportagem entrou em contato com a Deam para tentar confirmar a informação, o que não foi possível, pois o inquérito está sob segredo de justiça.

Além do ex-prefeito, estão sendo investigados também, pelo menos outros quatro suspeitos de participação nos supostos crimes sexuais, entre eles um delegado de polícia. Marquinhos poderá ser indiciado pelos crimes sexuais.

Um grupo de mulheres se reuniu em frente da delegacia, exigindo justiça. Com cartazes e bandeiras com frases de combate à violência contra a mulher, elas começaram a ecoar feitos de “queremos justiça”; “Marquinhos entrega o cargo”; “Marquinhos Trad, cadê você?” e “quem não deve, não teme”. 

Liderado por Cleonice Costa Silva, o movimento Gritando Por Justiça foi criado há cerca de três meses e não teria motivação política. “Um servidor público está sendo acusado, denunciado, investigado teria que dar seu depoimento e não veio. Gente, aonde estamos? Então nós temos que cobrar justiça”, ressaltou.

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