O governador Reinaldo Azambuja determinou estado de atenção do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado tendo em vista ao aumento dos focos de queimadas em várias regiões de grandes extensões e de difícil acesso, como o Pantanal e a Serra da Bodoquena, onde se localiza a reserva indígena da tribo Kadiwéu.
O coordenador estadual da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Fábio Catarineli, informou que as ações imediatas compreenderão a intensificação do monitoramento dos focos, em conjunto com o Ibama, e um suporte aos municípios onde estarão ocorrendo as queimadas. “Vamos apoiar as Defesas Civis municipais com ações complementares”, explicou ele.
Fogo já queimou mais de dois mil hectares de pastagem e mata entre a BR-262 e Estrada-Parque, em Corumbá
Catarinelli terá uma reunião na superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de Mato Grosso do Sul, às 8h desta sexta-feira (23.8), para uma avaliação da situação e discussão de estratégias para combate e controle dos focos, em ação conjunta com a coordenação estadual do Programa PrevFogo.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou mais de quatro mil focos de calor no Estado até esta quinta-feira. Voos realizados nesse dia constataram que a área de maior intensidade é na confluência da Estrada-Parque (MS-228), em Corumbá, onde o Ibama e a Defesa Civil do município estimam que mais de dois mil hectares foram queimados nos últimos dias.
O rastro de destruição se estende do Porto da Manga, no Rio Paraguai, até o pé da morraria (sentido Corumbá), compreendendo 30 km em linha reta, atingindo áreas de pastagem e matas, onde se concentram os ipês roxos em floração. O Ibama combate o incêndio com 30 brigadistas do PrevFogo e pediu reforços ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do município.
Outra região com um grande número de focos é a Serra da Bodoquena, em Porto Murtinho, onde o fogo se concentra com maior intensidade no entorno das aldeias Alves de Barros e São João, dos índios Kadiwéu. São mais de 30, a maioria nas encostas da morraria, formando uma densa nuvem de fumaça cinza que limita a navegação aérea por falta de visibilidade.
O Ibama e a Defesa Civil de Corumbá registraram focos também nas margens da BR-262, entre Miranda e o município fronteiriço, onde os brigadistas já conseguiram debelar o fogo. O PrevFogo informou que brigadistas de Corumbá e Aquidauana estão se deslocando para a Serra da Bodoquena para reforçar o combate intenso já realizado por 30 homens.
Em Corumbá, segundo o coordenador municipal de Defesa Civil, tenente Isaque do Nascimento, a situação está sob controle na região de entorno da cidade e na área urbana, onde o Corpo de Bombeiros tem atuado e monitorado a área. Há focos de queimada a cerca de 50 km a Oeste da cidade, próximo à fronteira com a Bolívia, região esta de mata fechada.
Corumbá é uma das regiões do País com maior concentração de focos, devido a grande extensão territorial do município, e está sendo atingida pela concentração de fumaça oriunda dos incêndios florestais de grandes proporções que estão ocorrendo na Bolívia. Não chove no município desde 26 de junho e a planície pantaneira está seca.