A equipe do WWF-Brasil no Pantanal confirma a situação de emergência nesse bioma, onde os incêndios já consumiram mais de um milhão de hectares, segundo estimativa do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Até agosto, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 647.200 hectares queimados – mais que o dobro registrado em todo o ano de 2018: 309.400 hectares. Os focos de queimadas quase quadruplicaram em agosto, na comparação com 2018.
Como historicamente setembro é o pico dos incêndios no Pantanal, que sempre se intensificam na estação seca, a tendência é que esses números se agravem. Há indícios de que quase a totalidade dos focos (90%) são criminosos.
Até agora já foram detectados 3.679 focos no Pantanal: 1.690 em agosto, 1.495 nos primeiros 13 dias de setembro e 494 nos outros meses.
Esses números representam um aumento de 370% em agosto deste ano, na comparação com 2018. Se considerarmos julho de 2019 até a primeira semana de setembro, o número de focos cresceu 194%. Isso torna 2019 no segundo ano com mais focos de calor na região na última década. Os dados mostram ainda uma concentração dos focos na região de Corumbá, próxima à tríplice fronteira.
“No curto prazo é necessário investir em ações emergenciais. O manejo do fogo é parte da cultura da região, más é essencial apresentar alternativas aos que o promovem”, explica Cássio Bernardino, analista de Conservação do WWF-Brasil. “É necessário investir em três ações básicas e estruturantes como formação de brigadas comunitárias, cursos de capacitação de manejo adequado do fogo e aplicação das leis para que o fogo ocorra de acordo com técnica, seja licenciado pelos órgãos ambientais competentes, como manda a lei, e seja fiscalizado – por satélite ou estações automáticas”, completa Bernardino.
* Informações assessoria de imprensa