Desde a semana passada as queimadas na Amazônia têm sido assunto na imprensa em todo o mundo. Centenas de focos de incêndio em uma região distante a mais de 2 mil quilômetros de Três Lagoas afeta diretamente o clima e a biodiversidade local. É o que afirma o professor e doutor do curso de Biologia da UFMS, Sérgio Roberto Posso.
Segundo o especialista, estudos apontam que as queimadas irão mudar o clima no país. “No Centro-Oeste, em especial, a mudança será drástica. Pesquisas falam de um clima desértico em nossa região”, aponta. Isso porque, de acordo com o professor, as florestas na Amazônia trazem umidade para o Centro-Oeste. “O que os dados demonstram é uma desertificação do cerrado brasileiro”, acrescenta.
O cerrado é responsável por 30% dos focos de queimadas registrados em 2019. Mato Grosso do Sul aparece com mais de 3,8 mil queimadas. O pior estado na lista é Mato Grosso, com mais de 13,6 mil.
A perda da biodiversidade é apontada como a segunda maior perda, principalmente, em queimadas que atingem Três Lagoas e cidades próximas. “Falta incentivo de políticas públicas e mais fiscalizações. As queimadas ocorrem, principalmente, em áreas desmatadas. São tratados como crimes ambientais, mas acredito que deveriam ser vistos como crimes humanitários”, declara.
As queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano passado. Esta é a maior alta em sete anos na história do país.