Os incêndios ocorridos no Pantanal em 2020 podem se repetir neste ano, segundo o Observatório Pantanal. Composta por organizações que atuam em prol de questões ambientais, a entidade alerta que para evitar a tragédia, é necessário tomar as medidas de forma rápida.
Entre as providências citadas, estão a formação e manutenção de brigadas de combate ao fog, a compra de equipamentos adequados, antecipação na contratação e mobilização do Prevfogo, campanhas de orientação às comunidades pantaneiras e identificação e punição dos responsáveis.
Segundo o Observatório, as reivindicações foram levadas ao Congresso Nacional. “Fazemos esse alerta urgente agora em abril para evitar uma catástrofe ainda maior em 2021. Não podemos permitir que o bioma, rico em biodiversidade, abrigo de animais e plantas nativas, e subsistência de comunidades tradicionais seja novamente destruído”, afirma o analista de conservação do WWF-Brasil, Cássio Bernardino.
Ele ainda explica que faltam planejamentos de órgãos responsáveis para evitar o retorno do fogo. “Não há, até o momento, uma ação coordenada que reúna iniciativas necessárias por parte dos órgãos responsáveis. Falta um planejamento integrado de ações de prevenção, sensibilização e preparação frente à temporada de fogo que se aproxima. Transparência e participação social são fundamentais para que a sociedade civil possa contribuir de forma efetiva para a conservação do bioma. Por isso, vimos a público reafirmar a gravidade da situação que se aproxima e reivindicar do poder público que tome as providências necessárias para que se preserve a vida, a natureza e as pessoas do Pantanal”.
De acordo com as informações da entidade, em 2020, o bioma perdeu para o fogo área semelhante à do estado do Rio de Janeiro, foram 38.600 km² consumidos por incêndios, que destruíram desde campos naturais até florestas, em escala sem precedentes em todo o histórico de monitoramento do bioma.
Foram mais de 22 mil focos de calor, cuja maioria, segundo depoimentos colhidos no Senado, foram provocados intencionalmente sem que houvesse qualquer punição. Uma perda significativa de biodiversidade e de modos de subsistência de comunidades.
Incêndios criminosos sem responsabilização também ocorreram em 2019, quando foram consumidos 18 mil km² só na porção brasileira do Pantanal. Ninguém foi punido, apesar das cobranças às autoridades e das manifestações internacionais.