SAÚDE

Mãe de bebê de 45 dias denuncia falta de insumos e precariedade no HRMS

Criança ficou cerca de 15 horas sem medicação por falta de agulha

10 JUN 2024 • POR Karina Anunciato • 13h00
Porta sem maçaneta e janelas sem vidros foram alguns dos problemas relatados - Foto: Arquivo Pessoal

Internado, desde o dia 10 de maio, para o tratamento de um abcesso pulmonar - que é uma infecção com pus no pulmão - o menino de 45 dias ficou cerca de 15 horas sem receber o medicamento necessário para combater a doença, nesse domingo (09) em Campo Grande. Segundo a mãe da criança, a situação ocorreu devido a falta de uma agulha para realizar o acesso venoso, por onde são inseridos os remédios para o tratamento.

“Nesse domingo ele perdeu dois horários de antibiótico, que era meia-noite e às oito da manhã, porque não conseguiram acesso, perderam o pic que ele tinha. Eu falei, então vamos fazer um novo, fazer o quê? Vai furar meu filho de novo, já está em sofrimento aqui há 30 dias, mas é preciso. Aí o que acontece? Vem médico, enfermeiro com a cara assim com vergonha, com lamúria, não tem esse insumo aqui no Hospital Regional para furar as crianças, para furar meu filho, não tem o catéter intravenoso, não tem”, relata indignada. 

O bebê que nasceu no dia 23 de abril, na capital, é o segundo filho do casal. A criança vem passando por um verdadeiro drama, nos últimos dias, para ter o atendimento necessário garantido. Falta de remédios, aparelho de diagnóstico quebrado e desorganização dos encaminhamentos foram alguns dos problemas relatados pela família. Entre as situações, a mãe relatou o agendamento de um exame que não foi oficializado junto ao Hospital Universitário. Além do cenário de caos na saúde pública, a mãe da criança ainda denuncia a situação de precariedade no interior da unidade hospitalar.

“Aqui tem vários problemas. Problemas estruturais, o banheiro inunda, mofo, o teto não tem forro, as janelas não têm vidro ou os vidros estão descolados, entra muito vento aqui na última frente fria, passamos muito frio com os bebês e tem barata nos quartos”.

Nós entramos em contato com a assessoria do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e com a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde para saber o que está provocando esta situação de falta de insumos e problemas estruturais na unidade hospital do estado. Até o momento, o Hospital Regional ainda não retornou os nossos questionamentos. A Secretaria de Estado de Saúde se comprometeu em enviar uma nota, no entanto, até o momento ainda não há nenhuma justificativa.