DESENVOLVIMENTO

Ministra Simone Tebet discute avanços da Rota Bioceânica em reunião na Fiems

Expectativa é que operação da rota comercial, que ligará o Oceano Atlântico ao Pacífico, se inicie em 2026

20 SET 2024 • POR Fernando de Carvalho e Duda Schindler • 13h00
Simone Tebet, Sérgio Longen e Jaime Verruck, durante coletiva na Fiems - Duda Schindler/CBN-CG

Nesta sexta-feira (20), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participou de uma reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) para discutir o desenvolvimento da Rota Bioceânica, projeto que promete transformar a logística e a competitividade da indústria brasileira.

O encontro contou com a presença do secretário estadual de Desenvolvimento, Jaime Verruck, além de empresários, e teve como foco os benefícios econômicos e os desafios operacionais que o projeto enfrentará nos próximos anos.

Durante o evento, a ministra destacou a importância da integração regional e os benefícios que a Rota Bioceânica trará para o Brasil e, em especial, para Mato Grosso do Sul. "A vida inteira o Brasil ficou de costas para a América do Sul [...] Com a Rota Bioceânica, estaremos mais próximos de nossos vizinhos, aumentando o comércio e a cooperação", afirmou Tebet.

Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a expectativa é que a operação comercial da Rota Bioceânica se inicie em 2026. Com a nova rota, as empresas brasileiras poderão reduzir significativamente os custos logísticos para exportar seus produtos para a Ásia, um dos maiores mercados consumidores do mundo.

"Todos os produtos que normalmente vão para a Ásia terão oportunidades de melhorias de competitividade", afirmou o presidente da Fiems. "A Rota Bioceânica vai gerar benefícios enormes para quem exporta, facilitando o processo e reduzindo custos".

No entanto, a preocupação com a competitividade da indústria nacional frente às importações também foi levantada durante o encontro. A ministra Simone Tebet destacou a importância de se encontrar um equilíbrio entre a promoção das exportações e a proteção da indústria local. 

"A vantagem desta rota é que ela vai entrar em vigor exatamente quando a reforma tributária estiver operando. E a reforma tributária, a gente chama que é a reforma da indústria, ela vem para diminuir a carga tributária da indústria e ajudar a indústria nacional, a indústria brasileira a ser mais competitiva com os produtos que venham da Ásia", afirmou a ministra.

Simone Tebet anunciou o início das obras da alça de acesso à Ponte Bioceânica, que ligará o Brasil ao Paraguai. A obra, orçada em R$ 470 milhões, tem previsão de conclusão em dois anos. "A ideia é que o presidente Lula inaugure essa obra, nem que seja no último dia de seu terceiro mandato", afirmou a ministra.

Além da infraestrutura, outros desafios precisam ser superados para garantir o sucesso da Rota Bioceânica, como a criação de uma estrutura alfandegária eficiente e a qualificação da mão de obra.

"Nós vamos ter que discutir a questão alfandegária, nós teremos um fluxo de pessoas, então nós vamos ver toda essa parte também de turismo. Estive na UFMS semana passada, vou ficar aqui esse final de semana porque segunda-feira vou na Uems, e nós estamos envolvendo as universidades para fazer também o planejamento estratégico no setor produtivo", disse Simone.

Jaime Verruck acrescentou que será necessário infraestrutura por parte de outros países para completar a Rota Bioceânica. "Sem a infraestrutura, nós não conseguimos discutir a rota bioceânica. Nós temos que construir uma ponte entre o Paraguai e a Argentina. O Paraguai recentemente assumiu o compromisso de fazer essa ponte. Os portos do Chile precisam passar por adaptação também, então o próprio governo de Tarapacá (região de Iquiqui) já abriu uma licitação para ampliar a estrutura portuária", afirmou.