Enquanto o governo Bolsonaro discute o fogaréu da Amazônia com líderes europeus e ambientalistas de plantão, além de adversários políticos que não se conformam com sua eleição, Três Lagoas e cidades vizinhas vivem seus dramas de tragédias do meio ambiente sem grandes discussões.
À exceção de um encontro de especialistas e autoridades, realizado em Brasilândia, em junho, nada se debate publicamente sobre as queimadas da Reserva Cisalpina, da Ilha Comprida e da Reserva nativa da Cesp, em Castilho e Três Lagoas, nas últimas duas semanas. Também não se fala em investigação dos incêndios na área da Vila dos Operadores ou de terrenos próximos ao aeroporto municipal.
A necessidade de investigação policial é tão urgente quanto a conscientização de que o fogo não traz benefícios em nenhuma situação. Os prejuízos políticos de Bolsonaro são apenas um exemplo. Os demais são da fauna e da flora, muito mais graves do que os pessoas para o próprio presidente. Enquanto isso, adversários políticos, defensores de financiamentos públicos para tudo e grupos de irresponsáveis seguem ateando fogo no patrimônio natural.
A queimada na Cisalpina destruiu mais de 1,6 mil hectares dos seus 22 mil de área. Não se pode mensurar, contudo, quantos animais e aves morreram nem os demais prejuízos para a natureza, como a poluição do ar e prejuízos para cursos d’água. O mesmo se pode dizer da Ilha Comprida, comumente frequentada por grupos de pescadores que costumam montar acampamentos.
Na área perto do aeroporto, o fogo queimou pastagem, plantas e árvores por duas vezes. Uma das possibilidades é a combustão natural. Mas, precisa ser investigada, porque a ação de irresponsáveis ou interessados na “limpeza” da área pelo fogo não pode ser desconsiderada.
Tarda a constituição de um grupo de trabalho integrado pelas secretarias de Meio Ambiente do Estado e do Município, incluída a representação estadual do Ibama. Até agora não se tem notícia como dito acima de qualquer providências das “autoridades constituídas” para traçar planos de combate ao fogo e responsabilizar pessoas por seus atos incendiários. De consolo só resta a ação do Corpo de Bombeiros que não se cansa em apagar incêndios de origem criminosa ou não. Enquanto nada fazem sofrem a flora , a fauna… a natureza