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Opinião

A fábrica de rótulos

Vir à tona aquilo que já é latente em cada um depende da reeducação do amor sem rótulos. Nós adultos, gradativamente aprendemos com as questões da vida, no decorrer do tempo, assim as crianças também, mas para ela sentir um ser importante nesta família (escolar ou familiar), bastam pequenos elogios, com certeza provocam sentimentos na criança, em que passam a valorizar os estudos para obter mais atenção dos pais e professores.
Decorar estudos e lições eram métodos tradicionais de ensino. Quando um aluno não conseguia boas notas, os professores diziam precisa estudar mais, ter mais disciplina, melhore sua atenção, dentre outros. No passado alguns pais forçavam o estudo porque não queriam que seus filhos fossem burros, este era o dito comum.
Estude para não ficar em recuperação, isto incutido pelos pais as crianças, ficando no subconsciente delas e provocando de fato com que as mesmas fossem para a recuperação ao final de cada período. As palavras colocadas pelos pais e educadores de forma positiva ou negativa refletem no resultado final dos estudos.
A prática do elogio é como um bom hábito do amor, este é o segredo da educação.
Você é um bom menino(a)! Mesmo na arte, vamos dar um exemplo: uma criança que nunca teve acesso a uma farinha de trigo, a primeira coisa que ela fará é jogar para o alto das mãos para ver o que acontece, o educador desavisado vai punir, o avisado sabe que a criança precisa desta experiência para o seu desenvolvimento.
A fábrica de rótulas que percebi em várias escolas é horrível, estes são os alunos que aprendem e estes são os que não aprendem, será?
O rótulo impregnado no subconsciente das crianças na escola pode mudar o destino de vidas. Atentar a busca do conhecimento, na compreensão do entendimento e não na grande retenção de conteúdos disponíveis ao toque de um dedo na internet. Quando um pai, uma mãe ou um educador (professor ou professora) diz: – “Eu acredito em você”, a vida daquele aluno se transforma em grande sucesso, mesmo que leve tempo, porque em algum momento alguém acreditou nele. Trabalhar a pedra bruta é necessário, mas, quantos de nós estamos dispostos a isto.
Lembro-me da minha infância em que muitos não acreditavam em meu estudo e mesmo meu pai dizia para não estudar, para que? Aonde o estudo irá te levar? Mas mesmo sendo reprimido e às vezes não tirando boas notas, um dia uma professora chegou até mim e disse estas palavras mágicas “Eu acredito em você” e tudo mudou.
Os diamantes da vida passam por dotes naturais das crianças, porque não há como enganar, quando amadas, elas trazem presentes.
As notas escolares são sinônimas das notas dos pais, por vezes, sem fluir vontades e desejos, ou mesmo pela falta de carinho. A imposição de vontades atrapalha o processo de criação, por isso, os rótulos precisam ser banidos para florear a grande força da pedagogia do amor.
O condicionamento material, exemplo: estude que ganhará um lindo presente no natal, pode ser destrutivo, porque tudo na vida passa a ser um mecanismo de troca, lembrando que as crianças são intuitivas e percebem nossas atitudes com sinceridade pertinente a elas. O amor não pode ser um instrumento de negociação.
A criança quer sentir-se útil, elas adoram lavar louças, vamos dar oportunidades para este crescimento. A liberdade da expressão da pedagogia provoca como resultado o amor dos filhos para os pais e educadores, portanto incentive as redações, pois a capacidade intelectual existe, basta o incentivo, através da conversa, gravuras e sons para desenvolver a criatividade.
A realidade está presente, portanto se queremos um mundo melhor, precisamos retirar os rótulos de todas as bulas de nosso cotidiano, para transformarmos em verdadeiros educadores da vida e do sucesso.

 Welinton dos Santos é psicopedagogo