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Editorial

A missão do Jornal do Povo

Confira o editorial do Jornal do Povo, publicado na edição que circula nesta sexta-feira (15)

O Jornal do Povo foi vencendo a barreira do tempo até chegar aos dias atuais. - Hugo Leal/JPNEWS
O Jornal do Povo foi vencendo a barreira do tempo até chegar aos dias atuais. - Hugo Leal/JPNEWS

Há 69 anos o Jornal do Povo circulava pela primeira vez para ser uma bandeira destacada no debate político de Três Lagoas antagonizando a diversidade de posições e ideias na disputa partidária entre o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN). Cada uma destas agremiações partidárias tinha postulados que as diferenciavam. Entretanto, opiniões fortes aparte, o ideal que comungavam era o do mais puro princípio democrático. Dos jornais de então, o Jornal do Povo foi vencendo a barreira do tempo até chegar aos dias atuais. Circulou como mensal, quinzenário, semanário, trissemanário, bi-semanário e diário.

Hoje, por contingência dos elevados insumos gráficos pautados pela cotação do dólar, voltou a circular semanalmente, aos sábados. Mas, nada diante desta adversidade e alternância de periodicidade há de nos afastar da chama viva do ideal do nosso querido mentor e pai de saudosa memória, Stênio Congro. 

No ano de 1962, quando o Jornal do Povo tinha apenas treze anos de vida, Stênio Congro assumiu sua direção, devotando seu trabalho e crença que hoje continuam a nortear uma inabalável linha editorial e de notícias. Comprometido com as causas da cidade e da região, visando a melhoria de qualidade de vida da sua população, o desenvolvimento regional e econômico, assim como com a geração de emprego e renda para os que aqui moram e hão de chegar como muitos à procura de oportunidades de trabalho. 

Lá se vão 56 anos dos 69 anos hoje celebrados, o contínuo esforço sem medida ou esmorecimento sob a orientação inspiradora de Stênio Congro, obstinando e comprometido durante toda a sua existência com as missões que recebeu. Entre elas, a de editar o Jornal do Povo. Mas, para nós essa missão se transferiu com amor e entusiasmo. Estamos cumprindo-a e acreditamos que deverá romper a barreira dos tempos futuros. 
A terceira geração está chegando para assumir sua direção com a mesma disposição que essa circunstância se deu, por volta de 1991, pela atual direção. Nas suas colunas não há lugar para ataques pessoais nem inverdades. A conduta comprometida com os fatos, a pluralidade de ideias, a defesa intransigente dos ideais que acreditamos e das adversidades que nos desafiam, representam o sal que anima na prática de um jornalismo sadio e consequente, sério na acepção da palavra. 

Certa feita, ainda quando as facilidades da internet e das redes sociais não existiam como hoje, recolhemos uma observação que nunca nos esquecemos e registramos de um conceituado editor que passou pela chefia da redação: “Campo Grande e o resto do Estado não sabem que aqui se pratica um jornalismo sério, de opinião balizada, em que os fatos são publicados sem qualquer distorção.” Esse é e continua sendo o desafio permanente, ainda mais em tempos de fakes news, quando travestem a verdade procurando dar ao fato abordado a mentira que querem pregar nos desavisados leitores. Essas notícias falsas, contra as quais todos devem se precaver, se alastram como erva daninha, praga que se espalha em dimensões sem precedentes. Inverdades de efeitos devastadores, desastrosos na formação da opinião pública. Por isso, é que na atualidade, o jornalismo impresso se agiganta mais ainda.

O leitor que preza a informação verdadeira e a opinião editorial bem articulada publicada em jornais responsáveis e que tratam os assuntos que estampam com seriedade, extrai, por via de consequência, a própria opinião. Forma conceito pela leitura editorial e da notícia, que em sua opinião reputa verdadeira. Quem busca responsavelmente se informar não se deixa levar pelas inverdades do mundo digital. O jornal editado com seriedade tem unicamente compromisso com a verdade. Não é outra a orientação dos seus dirigentes para editores e repórteres. É nesse diapasão que o Jornal do Povo ao celebrar 69 anos de circulação segue a sua trajetória. Essa é a nossa profissão de fé.