São fortes os rumores na arena política de Mato Groso do Sul que mulheres já testadas na luta política devem disputar o comando das prefeituras mais importantes do Estado, com boas chances de serem eleitas.
Essa é uma notícia alvissareira e mostra que elas não só querem dirigir os destinos do país, a exemplo de Dilma Rousseff, mas, de igual maneira, os executivos estaduais e os municipais.
Durante quatro séculos, as mulheres foram proibidas de participar diretamente da vida política nacional. Essa atividade era reservada exclusivamente para os homens, porém, a partir de 1932, quando elas conquistaram o direito de votar e serem votadas, as coisas mudaram.
Aos poucos elas viraram governadoras, senadoras, deputadas federais e estaduais, além de prefeitas e vereadoras.
No caso de Mato Grosso do Sul, a rigor, a presença de mulheres na política não difere muito dos demais Estados da federação, ou seja, ainda é uma participação modesta se levarmos em conta que a maioria da população é do sexo feminino.
Embora, é verdade, mulheres como Eliza Enciso, Marisa Serrano, Nely Bacha, Marilu Guimarães, Celina Jallad, Simone Tebet, Dione Hashioca, Marilene Coimbra, entre outras, tenham se destacado como parlamentares.
Está claro que é preciso mais estimulo para que elas tenham uma presença maior no parlamento. A cota de 30% de mulheres candidatas por partido político é uma boa iniciativa, entretanto, não resolve o problema, porque em alguns casos elas entram para atender o critério formal exigido pela legislação eleitoral e não para ser efetivamente eleitas.
As últimas eleições municipais em Mato Grosso do Sul mostram muito bem esse fenômeno. Em 2008, de acordo com dados da União Estadual de Vereadores, foram eleitas 10 prefeitas e 94 vereadoras, num universo de 78 municípios e 721 vagas para as câmaras municipais.
Nessa mesma eleição, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral, elas conquistaram em todo Brasil apenas 21,34% dos cargos em disputa.
Agora, em 2010, apenas Dione Hashioca se reelegeu deputada estadual e Simone Tebet elegeu-se vice-governadora.
Para tentar mudar essa realidade,o PV deve lançar a advogada Tatiana Ujacow, candidata a vice-governadora na chapa de Zeca do PT na última eleição, a prefeita do município de Dourados, em pleito que se deve realizar em 2011.
O PT, por sua vez, não esconde o desejo de lançar o nome de Gilda dos Santos, para disputar a prefeitura de Campo Grande na eleição de 2012.
Já o PSDB, por seu turno, também tem anunciado que a senadora Marisa Serrano pode disputar a prefeitura de Campo Grande. Marcia Moura, pelo que se vê, deve disputar a reeleição em Três Lagoas.
Claro que em outros municípios as mulheres estão de olho no Executivo. Essa é uma decisão acertada. Mulheres já testadas na política e na vida profissional podem dirigir o destino das mais importantes cidades do estado, e, assim, emprestar seu toque para tornar seus municípios mais ricos, mais justos e mais femininos.
Eronildo Barbosa é professor universitário e autor do livro Sindicalismo em Mato Grosso do Sul
Opinião