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A VISTA DO MEU PONTO !!!

Passeando em uma feira onde havia uma barraca com artesanato local ouvi comentários sobre as peças expostas, quando surgiu a idéia de escrever este artigo, porque, freqüentemente estamos propensos a rejeitar o ponto de vista dos outros e achamos que só o nosso ponto de vista que é o certo.

E lá na feira uma pessoa dizia à outra: “eu acho aquela peça muito bonita” e a outra dizia: “eu acho feia”. Estavam falando sobre a mesma coisa, embora não tivessem o mesmo ponto de vista. 

Mas se eu disser: “a peça é bonita e cala a boca porque você não entende nada de artesanato” eu estou informando a você o meu ponto de vista sem respeitar a outra pessoa, mesmo que sua opinião não seja igual a minha. 

Com efeito, dependendo da vista do meu ponto, ouço, sinto uma coisa ou fato de maneira diferente. Por exemplo, quando tem jogo da seleção brasileira de futebol contra a Argentina, principalmente em uma decisão, as faltas duvidosas contra o Brasil são vistas por mim como algo revoltante. Mas quando a falta duvidosa é contra a Argentina, dificilmente eu, torcedor brasileiro, fico revoltado. Ninguém duvida que do ponto de vista do torcedor argentino a sensação é exatamente oposta. Qual dos dois está certo? Eu ou o torcedor argentino?

 Isto significa que duas pessoas podem reagir de maneira diferente diante de um mesmo fato, diante de uma mesma coisa ou até mesmo diante de uma mesma coisa concreta. 

Assim é muito importante para a nossa vida e para as relações que mantemos com outras pessoas entendermos que nem sempre a maneira com que nós vemos ou julgamos é absolutamente certa. Mais importante ainda é evoluir e reconhecer que o nosso ponto de vista não é infalível. A partir daí, começamos dar mais consideração ao ponto de vista dos outros.

 Como seres humanos, precisamos entender que o ponto de vista muda e que há alguns fatores que o influenciam, tais como:

 •         Nós não vemos um objeto isolado. Vemos o objeto e ao mesmo tempo as coisas que o circundam, que o enquadram. Mudando o enquadramento muda o ponto de vista. Por exemplo: um homem de 1,70 m. de altura é normal no Brasil, mas é baixo em alguns países da Europa. Para jogar vôlei ele é baixo e num grupo de pigmeus africanos ele é altíssimo. O que ele é realmente? Normal, baixo, alto ou altíssimo? A sua estatura não muda. Nós é que o julgamos diferente, quando muda o enquadramento onde ele está;

•         A ação de uma pessoa pode ser julgada diferentemente dependendo do meio ambiente em que ela esteja enquadrada;

•         O modo de ver de duas pessoas com experiências diferentes observam de maneira diferente o mesmo fato;

•         A situação interior influencia o modo de ver as coisas e altera o comportamento;

•         O todo é diferente das partes.

 

Limão é azedo. Açúcar puro é enjoativo. Gelo dói na língua. Se misturamos tudo e batemos no liquidificador, uma limonada é uma delícia.

 Para entender a vista do meu ponto, eu preciso respeitar a idéia dos outros e compreendê-los. E para compreendê-los, eu não posso me deixar levar só pelas aparências e detalhes. Um nariz feio pode pertencer a uma pessoa bonita. Da mesma maneira, um carrancudo pode ter um coração de ouro. Uma resposta brusca pode ser o detalhe de um todo amável ou pode ser a expressão de uma situação interior aflitiva e momentânea. Então evito julgar uma pessoa ou um fato por causa de um detalhe que me desagradou ou desagrada.

 Às vezes vemos nos jornais, na internet, na TV pessoas criticando pessoas, empresas, personagens, etc.. Fazem isso como se fossem os donos da verdade, mesmo sabendo que – em parte -, tais críticas representam somente uma opinião pessoal que, para ter crédito, precisa estar assentada em fatos, dados e informações considerando todo o contexto em que está inserido, inclusive o seu momento na história. Quando tratamos de fatos sobre fatos há comprovação da realidade. Quando tratamos apenas parte dos fatos para reforçar a nossa opinião, o nosso ponto de vista, muitas vezes podemos gerar preconceito, boato, fofoca. 

Aceitando ou não outros pontos de vista, mas sempre os respeitando, nós estabelecemos as bases para o diálogo aberto e franco, para o entendimento, para a harmonia e para a concórdia. Encontramos o meio de falar a mesma língua e de fazer do nosso relacionamento, do nosso trabalho, não uma Torre de Babel de discórdias, mas uma torre de entendimento, de cooperação e de eficiência que tem como objetivos: nossa evolução pessoal e profissional, a melhoria das nossas relações com nossos familiares e com a nossa sociedade.

 E, sob essa ótica acredito que não há dúvidas: nos últimos cinco anos a vida de todos nós, aqui em Três Lagoas, melhorou em todos os sentidos, e bastante!

 •         Alberto Rodolfo Pius é Gerente Administrativo e de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Eldorado Brasil