O Governo Federal estuda uma ampliação nos benefícios dos aposentados brasileiros, assim, já foi divulgado que existem "condições objetivas" para que os milhões de aposentados e pensionistas da Previdência Social tenham um reajuste acima da inflação acumulada no ano.
Uma proposta que vem sendo estudada é ter um reajuste real nos valores, além de modificações no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição e no chamado fator previdenciário. Com isso os benefícios poderão ter um acrécimo de até 7% no valor dos atuais a partir do próximo ano.
Essa notícia é ótima, visto que dados apontam que os números de aposentados brasileiros endividados estão crescendo rapidamente, e isso por vários motivos. Um grande problema enfrentado pelos aposentados brasileiros, por falta da educação financeira, é cair em linhas de créditos, que aparentemente são vantajosas, mas que se tornam fatais para a vida financeira dessas pessoas. São os chamados créditos consignados do INSS, que tem juros tabelados em no máximo 2,5% ao mês na modalidade de empréstimo tradicional e 3,5% ao mês no formato cartões de crédito consignado.
Os números de aposentados que se endividam dessa forma são imensos: de setembro de 2004 (quando foi criado o desconto em folha) até junho de 2008, quase 15 milhões de operações ainda ativas acumulavam R$ 23 bilhões. Nestes quatro anos, 9.200.740 segurados fizeram uso do crédito consignado.
Assim, apesar dessa ótima notícia, com o aumento dos benefícios dos aposentados, isso pode ser apenas um paliativo, não representando no fim do endividamento se não for acompanhado da mudança drástica na educação financeira, reaprendendo como usar seus recursos.
E é fundamental ter em mente que nunca é tarde para iniciar o caminho da independência financeira, através da educação. Para isso, é fundamental o controle financeiro, ou seja, saber o que ganha e o que gasta, tendo assim, uma visão real de como a pessoa se encontra financeiramente. Além disso, é importante ter em mente que ainda é possível a realização de sonhos que não são de longo prazos, como viagens, reforma ou mudança para uma casa melhor.
Isso tudo por meio do ato de poupar mensalmente parte do que se ganha, recomendo 20%, e direcionar para um investimento que mais se identifique aos objetivos. No livro Terapia Financeira (Ed. Gente) mostro em uma linguagem simples como as pessoas de todas as idades podem mudar o hábito e costume com relação ao dinheiro em seu cotidiano. Mas o mais importante é ter em mente: “Nunca é tarde para iniciar!”.
Pois devemos sempre priorizar nossos sonhos e objetivos e, na melhor idade, este é um requisito vital e imprescindível para a qualidade de vida e para melhorar a auto-estima, portanto, priorizem o controle financeiro e tenha a certeza que todos nós podemos fazer com o que ganhamos muito mais do que até hoje fizemos.
Reinaldo Domingos – Educador e Terapeuta financeiro.