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Opinião

Arte de falar em público

Há algum tempo, pode-se dizer que o ato de falar em público se restringia a certas pessoas que tinham o “dom da palavra” ou a alguns profissionais que, por ofício de sua profissão ou ocupação, careciam de “um bom discurso” para convencer alguém de algo, ou a fazer algo, que lhe conviesse. 

            Hoje, no entanto, o que era restrito tornou-se um ato quase corriqueiro, independente de profissão ou “ofício”. A comunicação entre as pessoas é um ato inevitável e falar em público – mesmo não sendo sempre uma tarefa fácil – vem aos poucos se tornando algo necessário a todos nós.

É inegável que há pessoas com menos inibição para expor suas ideias e pensamentos, ou com mais facilidade para a interação, seja no dia a dia, seja nas relações de trabalho, seja no trato com o público em geral. Do mesmo modo, há outras que têm dificuldades e, por algum motivo, não conseguem expressar-se oralmente, sobretudo quando estão em instâncias públicas de uso da linguagem.

E é a estas que apresentamos aqui algumas sugestões ou dicas, que concebemos como úteis àqueles que querem amenizar esse medo de expor-se. Vejamos algumas delas.

A primeira é a organização ou planejamento do que se pretende falar e a quem se pretende fazê-lo. Esse primeiro passo implica buscar informações a respeito do público-alvo, os receptores da mensagem, além de saber o que falar (qual a mensagem a ser transmitida) e selecionar qual é a melhor forma ou o meio mais adequado para transmitir a mensagem.

Em apresentações, utilizando-se de slides, não se devem usar textos que sejam explicativos, pois, ao lê-los, o orador ou “comunicador” passará a impressão de que não se preparou sobre o assunto. O melhor é usar tópicos, por meio dos quais se pode expor o que realmente se sabe e não apenas ler o que está escrito. Também não se deve utilizar nenhum tipo de objeto (papel, caneta, ou outro material) à mão para que não seja motivo de distração (do falante ou do ouvinte, do público) e assim, prejudicar a concentração de ambos.

Agora, a conversa é diretamente com você:

Procure não ficar de costas para seu público: isso se pode caracterizar como desrespeito e falta de preparo de sua parte. Para mostrar figuras, gráficos ou vídeos, fique ao lado, sem olhar para o público, e, ao término da exibição, volte a olhar para as pessoas.

Evite transitar de um lado para o outro: isso pode causar certo desconforto ao espectador. Utilize-se de uma roupa adequada para a ocasião – que seja discreta e confortável – e mantenha sempre a postura e o entusiasmo ao falar.

Empregue um vocabulário adequado para cada grupo específico de pessoas. O que você precisa é transmitir sua mensagem com clareza e não confundir o ouvinte com palavras muito técnicas e específicas sobre um determinado assunto.

Sinta-se preparado para falar sobre determinado assunto. Pesquise, estude, inteire-se do assunto a ser apresentado. Se você tem convicção do que está dizendo, parte do nervosismo passa a estar controlado; mas, mesmo assim, procure antever algumas situações treinando o que vai falar, marcando o tempo de sua apresentação.

Na oratória, não são apenas as palavras que fazem de você um bom orador. Saber como se comportar diz muito sobre a sua apresentação.

Embora haja pessoas com mais facilidade para falar em público do que as outras, pode-se dizer que a necessidade faz o orador; portanto, procure utilizar técnicas e dicas que possam promover a sua apresentação e possibilitar o controle de suas ações e sentimentos, que podem atrapalhar a sua exposição.

Evellyn Rodrigues Ferreira: Acadêmica do curso de Administração da UFMS

Marco Aurélio Batista de Sousa: Contador e Professor da UFMS do Campus de Três Lagoas/MS