Veículos de Comunicação

Opinião

Aumentam veículos e acidentes

 Quem anda pelas ruas de Três Lagoas surpreende-se com o elevado número de veículos que trafegam pela cidade. Decididamente, ingressamos em um novo tempo, caracterizado pela geração de empregos e renda, distribuição de riquezas e consequente ascensão de extratos sociais que migraram das antigas classes D e E para a classe C, que hoje, segundo analistas efetivamente, aquecem o consumo no mercado varejista do país. As facilidades de crédito, sem sombra de dúvida, ampliaram o leque de consumo do cidadão brasileiro. Entre tantos itens que aguçam o impulso consumista das pessoas, um deles se destaca, aliás, considerado sonho de consumo de homens e mulheres, carros de passeio e motocicletas lideram as intenções de compra – seguidos, talvez, da casa própria – e fazem das suas linhas de produção na indústria nacional uma das alavancas da economia do país, porque gera milhares de postos de trabalho na cadeia produtiva da indústria nacional. Por isso, esse setor tem merecido do governo federal, sempre, especial atenção, seja através da concessão de incentivos fiscais caracterizados pela redução do IPI, como pela oferta de financiamentos a juros, hoje, considerados razoáveis em operações de longo prazo.

Diante de tantas facilidades para a aquisição de veículos automotores, vemos, repentinamente, nossas ruas quase que congestionadas pelo intenso tráfego que aqui se registra em tempos de progresso e franco desenvolvimento industrial. Entretanto, estatísticas publicadas na edição do Jornal do Povo de hoje, além de registrarem o fantástico crescimento da frota automotiva emplacada no Detran da Cidade, infelizmente, mostram que não para de crescer o número de acidentes que causam morte ou lesões graves naqueles que transitam pelas principais artérias de Três Lagoas. Os dados são assustadores. Mas, simultaneamente, constata-se, pelo detalhe dos levantamentos efetuados pelos órgãos envolvidos com o trânsito, que nem tudo está perdido, porque as ruas e os pontos onde se registram a maioria dos acidentes estão identificados. Embora esse levantamento de locais facilite estudos, uma providência precisa ser tomada para estabelecer, imediatamente, medidas de prevenção de acidentes nestes pontos considerados de maior incidência de acidentes. Ora, se as autoridades de trânsito identificaram 917 acidentes ocorridos nos cinco primeiros meses deste ano, em ruas e bairros da cidade onde mais se registraram ocorrências de colisões e atropelamentos entre veículos, motos e pedestres, porque não se adotar providências urgentes para evitá-los? O recolhimento do IPVA, só neste ano, garante para o município milhões e milhões de reais, que deveriam, embora não haja obrigatoriedade constitucional, serem aplicados na sinalização da cidade e em campanhas de educação para o tráfego de veículos. Se o Departamento de Trânsito dispusesse de uma assessoria técnica de reconhecida experiência adquirida em cidades que desafiam constantemente seus governantes a mitigarem os efeitos do trânsito na vida das pessoas, certamente, Três Lagoas não registraria tantos acidentes e mortes. Se em cinco meses quase chegamos à casa de mil acidentes, como terminaremos o ano? Quantos ainda perderão suas vidas involuntariamente ou sairão deste embate com sérias lesões ou ainda perderão dias de trabalho por conta da recuperação de ferimentos? Não há como, diante das estatísticas hoje publicadas, não se sensibilizar qualquer um dos envolvidos na vida do trânsito da cidade – funcionários e governantes. A cidade espera que sim. E que providências urgentes venham a ser adotadas, pois do jeito que está não dá: saber e não protestar.