Eduardo Shinyashiki *
Por que algumas pessoas conseguem reconhecer o seu valor e outras se subestimam?
Por que uma pessoa pode ser muito amada pela família, ter a admiração dos colegas de trabalho e do chefe, ter resultados e ainda assim pode não sentir e reconhecer tudo isso, não se sentir merecedor e digno de toda consideração e respeito que outros manifestam?
Não é possivel dar uma única e clara resposta para essa questão e, de fato, estudiosos chegaram a conclusões distintas considerando diferentes elementos da autoestima, porém, todos reconhecendo que ela é parte flexível da personalidade do ser humano, um aspecto que pode ser trabalhado.
Neste sentido, podemos dizer que a autoestima é uma experiência muito subjetiva, ligada mais ao que cada um sente e pensa sobre si mesmo, e não tanto sobre o que os outros pensam dele.
Existem três elementos que podem desenvolver a autoestima, são eles: o amor por si mesmo, a visão de si mesmo e a autoconfiança.
• O amor por si mesmo: ele permite nos apreciar, apesar das nossas limitações e defeitos. Esse amor incondicional por nós mesmos, que não depende do nosso desempenho, nos permite lidar com a adversidade e se recuperar depois de eventuais fracassos, além de proteger do desespero. Amar a si mesmo é a base da autoestima, o seu componente mais profundo e íntimo. A ideal autoestima envolve a capacidade de aceitar, respeitar e ser solidário consigo mesmo.
• A visão de si mesmo: Como temos olhado a nós mesmos? Como nos avaliamos e julgamos nossas qualidades e defeitos?
Para ter uma boa autoestima, precisamos primeiro ter uma boa autoconsciência, estarmos cientes das próprias limitações e pontos fortes, desejos, sentimentos, necessidades, objetivos a serem alcançados e sucessos e fracassos obtidos.
Uma pessoa com a visão positiva de si mesmo tende a estar mais preparada para lidar com a vida, pois uma visão limitada e negativa a expõe muito mais à confusão e à insegurança.
• A autoconfiança: é o terceiro componente da autoestima e se aplica especialmente às nossas ações. Ser confiante é pensar que somos capazes de tomar as medidas adequadas em situações importantes. O papel da autoconfiança é fundamental, porque a autoestima precisa de ações para manter-se ou desenvolver-se e também para fortalecer o nosso senso de eficácia e percepção de competência.
A autoconfiança permite que você se sinta suficientemente capaz de ter um propósito na vida, um objetivo a ser alcançado por meio de ações consistentes e coerentes, expressão de quem somos e dos nossos valores.
Uma dose equilibrada de cada um desses componentes é essencial para obter uma boa autoestima e viver harmoniosamente, lembrando que a autoestima é sensível a mudanças e pode ser fortalecida, a fim de tornar-se um elemento funcional em nossa vida, em nosso bem-estar e capacidade de reconhecer o próprio valor.
* Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes.