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Opinião

Avaliação da aprendizagem na escola

Penso que, em termos de estudos de avaliação na escola, eu continue insistindo na realização de práticas, que evidenciem o desdobramento político sobre o cenário em que ocorre a aprendizagem. Pois, planejar avaliação na escola é fundamentá-la e estruturá-la com base política pedagógica, que tornem visíveis os aspectos relativos ao significado de qualidade da aprendizagem. Evidentemente, não dá para fazer avaliação sem definir: avaliar o quê, Avaliar como?. Então, precisamos chegar perto dos reais problemas da aprendizagem, aos quais a avaliação tem que servir, a começar por definir o que é aprender e o que é ensinar. 

E, se a avaliação é uma atividade com vistas ao aprimoramento do processo educacional, possibilita defender a ideia de que tomar decisão no coletivo no campo da avaliação da aprendizagem é a condição inerente ao processo de qualificação da escola. Neste sentido, o elemento fundamental a partir do qual esse processo se desenvolve é o de administrar os resultados da avaliação, segundo o entendimento freiriano, de que a “educação é um ato político” e como tal, este influi diretamente no modo de conceber o processo de avaliação desafiando-nos a criar propostas alternativas regidas por lógica emancipatória, que valorize os processos de participação e produção de qualidade. 
Daí afirmar, que avaliação só produz sentido se rediscutida no contexto escolar, sobretudo na perspectiva política pedagógica relacionada à proposta de educação que queremos. Isso nos desafia a refletir sobre que educação queremos, assim como à necessária compreensão de que é a concepção de educação, que fundamenta a avaliação. Ou seja, a avaliação não ocorre no vazio, não é uma atividade fim, pontual; ela está relacionada a um determinado objeto, portanto é uma atividade meio do processo ensino e aprendizagem. 
Sendo assim, precisamos da avaliação, para melhor compreendermos a complexidade que perpassa a finalidade de uma escola pública orientada pelos valores da igualdade de educação a ser assegurada a todos. Isso significa, que a avaliação assegura oportunidades da aprendizagem para todos e não para alguns.
A esse respeito, encontramos em Vianna (2003) a orientação de que devemos fazer uso do processo avaliativo como pauta de discussão dentro da própria escola. Com essa prática, acabará surgindo uma nova cultura de avaliação educacional, a iniciar-se pela avaliação da aprendizagem como uma prática política de fazer educação. Pois, o processo educacional impõe a escola, a formação também de outros saberes – o saber ser, o saber fazer e, principalmente, o saber pensar, que implica entre outras exigências saber participar do processo avaliativo como uma atividade inerente ao ato de aprender. 
Será que temos caminhado nessa direção?