Houve um tempo em que o ato de fumar era sinônimo de rebeldia juvenil. Hoje, a consciência sobre os danos provocados à saúde pelo tabaco dá sinais de que é mais forte do que a tendência adolescente de contradizer os adultos até mesmo em práticas elogiáveis.
Uma enquete, realizada no Portal CIEE (www.ciee.org.br) com 21,7 mil estudantes, apurou que 88% não só apoiam a Lei Antifumo que vigora no Estado de São Paulo como também acreditam que esta deva ser ampliada para todo o País. Além desses, outros 5% manifestam-se favoráveis à proibição do consumo de cigarros em ambientes fechados de uso coletivo como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais – incluindo aqui fumódromos e áreas de uso social de condomínios –, mas acreditam que a lei deve valer apenas para São Paulo.
Mais importante do que posição sobre a abrangência da proibição é a disposição dos jovens em se afastar do vício que, além de dentes amarelados, mau-hálito, câncer e problemas no coração, pode afetar até suas carreiras. As mais modernas políticas de gestão de pessoas privilegiam uma abordagem “holística” dos colaboradores, o que quer dizer que funcionários ou estagiários são avaliados em outros aspectos além da sua produção individual ou seu ritmo de desenvolvimento profissional.
As empresas querem contar com colaboradores sadios física e mentalmente, além de tecnicamente capacitados – afinal, eles também são responsáveis pela imagem da organização. Não é raro encontrar corporações que mantêm campanhas de combate ao fumo, oferecendo acompanhamento psicológico e remédios para auxiliar o combate ao vício. Mesmo porque, na ponta do lápis, os minutos gastos em fumódromos – ou nas ruas, como é o caso de São Paulo, desde a entrada em vigor da lei estadual que proíbe fumar em ambientes fechados – resultam em várias horas perdidas ao final de cada ano. Por isso não é de espantar se alguns processos seletivos – inclusive de estágio – já levam em consideração se o candidato é ou não fumante para decidir uma contratação.
E somar pontos frente aos supervisores é fator determinante para a efetivação dos estagiários. A dica aos jovens, portanto, é: aprender ao máximo os meandros de sua profissão, dedicar 100% de sua atenção ao seu estágio e continuar a desaprovar o consumo de cigarros, bem como de todas as outras drogas lícitas ou ilícitas. Seu futuro agradece.
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE)