* Beatriz Sandrim Ferreira: Acadêmica do curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS.
* Izabela Leite Ribeiro Guimaraes: Professora do curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS.
Diminuir os impactos ambientais decorrentes das atividades humanas é necessário, uma vez que tais impactos estão cada vez maiores e mais evidentes na sociedade. A coleta seletiva é uma das ferramentas viáveis e importantes que podem e devem ser utilizadas para esse propósito. Ela vem pra diminuir o volume de lixo, reciclar e reaproveitar materiais.
O município de Três Lagoas/MS inaugurou o seu aterro sanitário em 2009, após obter a licença de operação pelo IMASUL (Licenciamento ambiental em Mato Grosso do Sul), mediante a apresentação e aprovação dos planos e projeto de licenciamento ambiental e construção.
A implantação do serviço é aguardada desde 2010, entretanto, por uma série de justificativas, entre elas a financeira, a administração municipal prorrogou o prazo para implantar a coleta seletiva e reciclagem de lixo para o início no ano de 2014 e somente agora o processo iniciou-se.
A fim de adequar-se à Lei Federal 12.305, de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece, como critério primordial, a implantação da coleta seletiva nos municípios, Três Lagoas fez a apresentação do projeto em duas audiências públicas. Além das audiências públicas, discutiu o tema na Conferência Municipal de Meio Ambiente, cujos principais temas foram: produção e consumo sustentáveis; redução de impactos ambientais; geração de emprego e renda; e educação ambiental.
É necessário esclarecer que os resíduos sólidos são um problema grave nos municípios. Para se ter uma ideia, um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Três Lagoas, em parceria com a DMB Engenharia, em 2013, constatou que é gerada uma média de 105 mil quilos de lixo/dia, e, desse total, a metade poderia ser reciclada. O levantamento apontou que 51% do lixo produzido no município são compostos de material orgânico, enquanto o restante do material que pode ser reaproveitado é dividido entre papel (7%), papelão (7%), madeira (3%), plástico duro (5%), trapo (2%) e vidro (3%).
Segundo a Administração Municipal, 94% dos moradores estão dispostos a participar do projeto de coleta seletiva e, sobretudo, interessados em fazê-lo.
O fato é que, embora seja de extrema importância, a coleta seletiva só está recebendo a devida atenção por causa da Lei Federal mencionada, que instituiu a PNRS. Isso nos remete a questionar a importância que a maioria de nossos governantes e autoridades tem dado às questões ambientais e a esperar a participação da população para que tenhamos respostas positivas perante a sociedade e o meio ambiente.
Resta à Câmara Municipal, ao Ministério Público, aos clubes de serviços e a toda a sociedade colaborar, fiscalizar e cobrar a efetiva implantação e continuidade de tão relevante serviço em Três Lagoas/MS.