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Opinião

Comunicação: de todos para todos

Ainda me lembro do tempo de criança, ao lado de meu pai e de minha mãe, em frente à televisão, à noite, respondendo ao “boa noite” do apresentador que nos cumprimentava. Era o Cid Moreira começando o Jornal Nacional. Ou, em outro dia, horário e canal, era a vez do Flávio Cavalcanti. Era o tempo da comunicação “um para todos”, quando um grupo restrito de pessoas era responsável por comunicar a toda população as notícias do dia. Esse tempo acabou.
A comunicação está passando por uma revolução nunca vista antes na história. O cidadão comum tem, pela primeira vez, a chance de comunicar qualquer coisa. As novas tecnologias colocaram à nossa disposição poderosas ferramentas de comunicação como e-mail, Twitter, Youtube, Wikipédia, Flickr, blogs, redes sociais, WEBTV, torpedos, celulares, só para citar algumas. Hoje a comunicação é de “todos para todos”. Qualquer pessoa hoje gera notícia com a segurança da rapidez e do retorno. Ainda bem que é assim; afinal todos podem e devem se comunicar. Com isso, hoje a pergunta não é mais “como se comunicar”, mas “o que comunicar”, já que adquirimos a possibilidade de comunicar tudo o que quisermos ao longo da vida.
Diz-se que notícias são informações capazes de transformar uma realidade. Tragédias, desgraças e infortúnios têm essa característica, claro. Mas, o que mais me empolga neste universo de novas possibilidades é que se tornou possível comunicar o bem, as ações positivas que, se multiplicadas, são capazes de transformar a sociedade. A guerra, intempéries da natureza, individualismo, prazer inconsequente não são as únicas realidades que podem ser retratadas pelos meios de comunicação. É necessário e possível mudar de paradigma. Todos somos potencialmente bons, mas é necessário cultivar a bondade no coração dos homens.
Sei que existem inúmeros acontecimentos maravilhosos que transformam radicalmente a vida de milhares de pessoas, mas passam despercebidos. Será que a alegria, a paz, a solidariedade não são contagiantes?
Quantas outras pessoas sabem disso? A boa notícia vende tanto quanto a má notícia e de quebra pode inspirar outras pessoas a seguir o exemplo bem sucedido. A boa notícia gera esperança e todo ser humano vive de esperança, por isso não compreendo o fato de tão poucos comunicadores se empenharem em levar a esperança. O mundo está aberto à espera de alguém que traga “solidariedade, amor, respeito, valores que unem os povos. E nas minhas andanças pelo Brasil e pelo mundo, testemunho diariamente que essas notícias existem. As novas mídias abriram uma enorme via para contagiar as pessoas com a generosidade.
Vamos começar? Vamos? Os meios estão aí à nossa disposição. É só querer. Ninguém precisa depender da inteligência de um grupo de profissionais, de um ponto de vista, de alguém que pense por nós. Todos podemos nos tornar comunicadores: jornalistas, padres, artistas, jovens, qualquer pessoa de boa intenção e com o mínimo de conhecimento pode colaborar. Quando comunicamos o que há de bom sendo feito, estamos consequentemente comunicando o amor de Deus por nós. É preciso voltar para Deus, chame-o como você quiser: Jesus, Javé, Altíssimo, Força do alto, Força superior, Criador, Salvador, Cara lá de cima. É necessário que possamos entender e sentir que não estamos sozinhos, fragilizados. Deus está entre nós e Ele nos ama. Mas para isso é preciso comunicar.
Pensem no bem que poderá acontecer se cada um de nós comunicar algo que desperte a generosidade. A democratização dos meios de comunicação nos permite algo muito mais sublime do que tivemos até agora. A comunicação pode adquirir uma finalidade muito mais nobre que informar. Ela pode formar, educar, divertir, preparar, esclarecer, anunciar, entreter, evangelizar, mas, acima de tudo, pode proporcionar à humanidade visualizar um mundo melhor. Nós podemos comunicar o bem e contagiar cada leitor, ouvinte, telespectador, internauta com a perspectiva de um dia melhor. Eu sei, você está pensando: Esse cara é sonhador, e você tem razão! Então vem sonhar comigo!
 
Dunga é missionário da Comunidade Canção Nova