No dia em que a VCP – Votorantim Celulose e Papel, a maior empresa do mundo no gênero, começou a produzir 1.300 toneladas de celulose em Três Lagoas, a FIEMS reuniu em seu salão nobre governador, prefeitos de várias cidades, senador, juízes, diretores de instituições financeiros importantes, deputados federais, estaduais, sindicalistas da indústria e representantes de do PIB sulmatogrossense para um culto.
Sim, um culto, ecumênico e impressionante. O culto ao desenvolvimento, na contramão de segmentos variados que falam diuturnamente em crise, demissões, fechamento de empresas.
O culto era ecumênico porque, embora dirigido por um empresário evangélico, que acredita na Providência Divina em tudo o que faz, atraiu para comemorar os trinta anos da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul e os 60 anos do SESI e do SENAI, políticos de todos os matizes, independentemente de seus credos e preferências partidárias.
Estavam ali, além disso, os ex-presidentes Jorge Elias Zahran e Alfredo Fernandes, que estiveram à frente da FIEMS por boa parte desses 30 anos, e foram homenageados pelos presentes.
Falando em nome dos seus pares, Simone Tebet, prefeita de Três Lagoas, disse que o homem é do tamanho de seu sonho. Frase apropriada para esse culto em torno do desenvolvimento, onde não vale ficar lamentando, lambendo as feridas, chorando leite derramado: o que combate a crise é trabalho, projeto, planejamento e vontade de realizar.
O que poderia ser apenas um evento comemorativo, tornou-se um contraste com o muro de lamentações da mídia. Aqui mesmo no Estado, com frigoríficos fechando, empresas em dificuldades, carga tributária injusta, os discursos poderiam ser outros, tão amargos quanto inúteis.
No plano nacional, o governo federal promete 1 milhão de casas, em um prazo que ninguém sabe definir até o momento, mirando a troca de comando no Planalto. A FIEMS, ao contrário, afirmativamente, já vem espalhando bibliotecas pelo Estado (confiante em que a educação é o caminho para sair de qualquer crise, onze já foram construídas e instaladas, com livros, computadores e instalações confortáveis para os estudantes) e laboratórios (há um de certificação de cerâmica em Rio Verde, um de alimentos em Dourados e um de metrologia em Campo Grande).
O exemplo mais vigoroso do que foi dito acima estava em um dos slides, que anunciava a Escola da Construção, um projeto que vai qualificar mão-de-obra para esse vital setor da economia. Com o terreno doado pela prefeitura, o prazo dado pela FIEMS para início das obras estava na tela: imediato!
Fiel ao seu estilo, que é não trabalhar sozinho, Longen expôs o projeto FIEMS Inova, que envolve cada um e todos os seus diretores na coordenação de suas fases.
Presidente atilado e eficiente, que, não-raro, vem sacrificando seus próprios afazeres para cuidar da Federação das Indústrias, Longen deixou bem vivo o seu recado: melhor do que lamentar a crise é arregaçar as mangas e trabalhar.
O resto é conversa fiada.
João Campos é advogado especialista em Direito do consumidor