O grande dilema para os municípios é encontrar soluções para questões como o lixo, energia, alimentos, meio ambiente, saúde, educação, cultura e outros.
A falta de permeabilidade do solo das cidades faz com que ruas, avenidas, calçadas sejam escoadouros das águas das chuvas que levam junto dejetos de lixo jogados sem controle que entopem bueiros, além de rios e córregos assoreados, provocam as conhecidas enchentes. Com o aquecimento do Planeta, as chuvas estão sendo mais intensas, fortes e algumas vezes ácidas provocados por poluição em certas cidades, o resultado disso é desastroso.
Uma das soluções seria a telha verde, muito comum na Europa e EUA, calçadas, guias e asfaltos com permeabilidade, plantar árvores, ter o maior volume possível de áreas verdes sobre o espaço urbano, reciclagem, centros de compostagem de resíduos sólidos, centros de retenção de calor, como o exemplo de Paris.
Na cidade de Paris, o governo adotou laços coerentes da razão do viver urbano, provocando a sociedade moderna a ser mais inovador e ter audácia ecológica, com incentivos, a realidade daquela cidade está mudando para sustentabilidade da vida.
Dentre as ações colocadas em prática na cidade francesa estão a disponibilização de 25 mil automóveis elétricos em 2010, incentivo a utilização de bondes, metrôs, barcas do rio Sena e sua ciclovia que já está em atividade há 2 anos, o projeto é chamado de Vélib (sistema de locação de bicicletas em que o órgão público aliou-se a iniciativa privada, além de atração de recursos para o município foi uma vitória ecológica e de consciência ambiental) e permitiu a diminuição de 9% dos gases efeito estufa, redução de 20% do volume de veículos em circulação e hoje apenas 40% dos veículos são individuais. Com esta modernização do transporte da coletividade, foi possível realizar economias e implantarem alternativas como minieólicas em prédios públicos e pretendem montar túneis de contenção de energia no Rio Sena, provocando diversificação de fontes de energia, além de apresentar a toda a regiões os quadros de desperdício energético, no intuito de impulsionar a sociedade a buscar alternativas mais viáveis. O que estão buscando são melhorias dos processos de climatização e conservação de calor em ambientes, nas várias estações do ano, com isto suas ações tornam-se mais humanistas, ecológicas e corretas ambientalmente. Esta cidade sem dúvida pode ser exemplo.
Outro dilema de nossa sociedade é a questão da comida, haveria a necessidade de encontrar soluções frente aos processos industriais e as culturas orgânicas, um caminho a ser estudado para que atenda a demanda crescente de consumo de alimentos da população de maneira mais saudável e que impacte menos no clima global.
A consciência coletiva da reciclagem é essencial, muito do que é jogado no lixo, pode virar matéria prima ou adubo composto, portanto estamos jogando fora riquezas que poderiam ser aproveitadas, desde resto de obras que podem virar materiais para construção até diminuir o volume de resíduos sólidos urbanos. Um dado assusta, enquanto muitas cidades do Brasil lutam para a sustentabilidade, no Estado da Paraíba, 98% dos municípios segundo o IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente descartam o lixo de forma inadequada e muitas vezes ao céu aberto, portanto, temos várias realidades dentro do Brasil.
Existem soluções para águas das chuvas, asfaltos com borrachas de pneus usados, aproveitamento de esgotos urbanos para produção de gás de cozinha, chuveiros com captadores de calor, lavagem a seco de carros, portanto vamos repensar as cidades para melhoria da qualidade de vida e auxiliar as futuras gerações.
Welinton dos Santos é economista