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Opinião

É sempre assim...

Estava pensando numa hipotética ocorrência de um acidente desses que aconteceu em Santa Maria aqui em Três Lagoas. Imaginemos que tivéssemos 1/3 dos feridos e demais por aqui, como por exemplo se pegar fogo num edifício com mais de três andares. Qual estrutura teria a nossa cidade para amparar mortos e feridos num acidente das proporções citadas?

Primeiro: Não teria número de ambulâncias suficiente para tanta gente.

Segundo: As Unidades de Terapia Intensiva não comportam mais ninguém.
Terceiro: Defesa Civil e Bombeiros teriam condições de atender a 100% da necessidade em relação a um acidente desses.?
Quarto: Não teríamos médicos e nem profissionais capacitados para zelar dos pacientes entubados com cianeto nos bronquíolos.


Conclusão: Caos total. Por que temos que conviver desta forma no país? A pergunta é fácil de responder, principalmente ao perceber que temos bilhões para reformar estádios (corrupção), que após a Copa do Mundo serão utilizados por times inexpressivos mas não temos veículos adequados e nem medicamentos para atender as pessoas. É preocupante perceber o quanto somos despreparados para catástrofes, grandes acidentes, etc. 


Outro dia aconteceu de uma locomotiva atropelar um caminhão ali na BR 262, e uma autoridade no local me perguntar: “E agora, o que faremos”. Para nossa sorte até hoje não aconteceu coisa pior. Temos uma estação ferroviária onde as vezes estacionam mais de 50 vagões carregados de gasolina e diesel e ninguém ainda deu conta do risco disso. Nosso Distrito Industrial tem uma segurança ridícula e muitas empresas nunca ouviram falar em Planos de Proteção a Incêndio. E o aeroporto que não demora muito vai ter grandes aeronaves decolando e pousando todos os dias. Já pensaram nisso?


Já colocamos mais de 40 mil pessoas em shows sem perceber o quanto isso é arriscado. Lembram de Jaguariúna? Então, é momento de se pensar em preparar melhor, fiscalizar mais, perceber melhor as coisas, agir com prevenção, porque depois, por mais que se faça, a culpa é sempre do proprietário ou do organizador, enquanto os outros…

*Antonio Carlos Garcia de Oliveira é promotor de Justiça