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Opinião

É uma outra história

Assim vaticinava o poeta indo-inglês Rudyart Kipling para não alongar a conversa. Nesta segunda quinzena do primaveril mês de setembro, ainda sob o império de uma estiagem há muito não relembrada, desenrolando-se uma campanha eleitoral insossa “nunca dantes ocorrida neste país (para lembrar uma das façanhas do lulismo)”, as previsões eleitorais indicam quais aqueles preferidos pela escolha popular para o Palácio do Planalto lá na capital “da felicidade e das facilidades” e aqui em nosso aprazível Parque dos Poderes.
O que acontecerá, depois. Ah! Será uma outra história: para nosso Mato Grosso do Sul, não haverá mudança substancial já que se conhece, e muito bem, o estilo imperial de quem irá reocupar o trono. Nada de novo ocorrerá neste simbólico Reino da Dinamarca.
Agora, para o Brasil como um todo há no ar uma forte e duvidosa indagação sobre quem realmente conduzirá os cordéis da administração superior. Aliás, sobre esse momentoso tema, o festejado antropólogo e analista político Roberto Damata há muitos dias em sua coluna no Estadão, falava das incertezas geradas diante daquele que hoje detém o poder e que o exerce com um magnetismo “aristocrático e autoritário”, porém popular, e de quem hoje, desde o berço trazendo uma personalidade inconfundivelmente forte e mandona, se veste numa cápsula submissa fazendo-se – inteligentemente – ventríloquo daquele que bem maneja os votos. Damata, lembra com muita propriedade de um personagem do escritor Ben Hecht “cujo boneco acaba ganhando vida própria e destruindo seu criador”… Isto não será um fato inusitado, pois a história registra outros de igual naipe.
Noutro dia, José Serra – para mim o candidato presidencial que melhor serviria ao País – fez uma afirmação que vem ao encontro daquela previsão pessimista de Damata no sentido de que eleita a candidata do oficialismo demagogo, o senhor do lulismo não se elegerá em 2014 nem a deputado, tal o desgaste que sua delfim lhe causará. Poderá ocorrer, e quem até lá viver tal constatará.
Permitam-me, caros leitoras e leitores, este último parágrafo, ainda lembrando Kipling, digredir sobre a história que estarrece a Nação desde os grotões incultos mais distantes aos grandes centros mais civilizados: a corrupção desenfreada que corrói os liames da administração pública. Para quem, como eu, foi parlamentar, secretário de estado, conselheiro do Tribunal de Contas, portanto, com uma longa vida pública, o grau de corrupção que avassala o setor público nos dias atuais se estarrece. Claro, naqueles tempos também havia corrupção, eis um mal que vem lá de muito longe como a do senador Verres, combatido pelo inquebrantável tribuno Marco Túlio Cícero no senado romano, pois ela (a corrupção) é fruto viçoso de corruptores ambiciosos e de corruptos pantagruélicos, porém não continha a avassaladora metástase tão mortífera como a dos dias atuais.
Para combater a corrupção, evidente existe antígenos poderosos, aí está a Lei da Ficha Limpa, esta fruto da indignação de mais de três milhões de briosos brasileiros; aí estão, por convocação do Tribunal Superior Eleitoral, juízes, procuradores e promotores públicos alertando o eleitorado para que nas urnas de três de outubro depositem o voto em candidatos realmente sérios, de passado limpo e ideias translúcidas, tantos há na arena eleitoral. É apenas saber escolher.

Ruben Figueiró de Oliveira é senador suplente do PSDB