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Editorial: 2015, um ano muito turbulento

Depois de um ano politicamente turbulento, o Natal magrelo que o comércio reclama e o desemprego, não devem conduzir o balanço de 2015

Depois de um ano politicamente turbulento, carregado de dificuldades para políticos e partidos, o Natal magrelo que o comércio reclama e o desemprego que ameaça trabalhadores de quase todos os segmentos da economia, não devem conduzir o balanço de 2015 para a classificação dos piores anos. A redução do poder de compra, apesar de elevada, ainda não consumiu a “gordura” conseguida em anos de crescimento que o país experimentou em duas décadas. O caos até desejado pelos pessimistas de plantão também não se confirmou. Ao menos até agora.

Em nível nacional, o governo da presidente Dilma tenta não se perder nas articulações e mexidas políticas. A centralização do foco de atenções na chefe da Nação e nas figuras de seu vice, Michel Temer, e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, até ajudam a aliviar o peso da crise política sobre outros atores do cenário de Brasília. Os ministros, por exemplo, estão comemorando o Natal com razoável prestígio público. Os presidentes das poderosas estatais também estão passando longe das críticas e quase sem culpa na péssima avaliação do governo de Dilma Rousseff. Até mesmo o do Petrobras.

No Estado de Mato Grosso do Sul, a prisão de figurões que desfrutaram por anos de cargos e de prestígio popular pode ser considerada a marca mais saliente do ano. E não deve ser abrandada em 2016, com reflexos que serão sentidos fatalmente na campanha eleitoral dos municípios. 

Fora isso, o governo estadual conviveu pacificamente com a Assembleia Legislativa e, por lá, conseguiu passar todos os seus projetos. Junto ao público, o governo de Reinaldo Azambuja conseguiu manter alto nível de aprovação, especialmente por atacar áreas sensíveis, como a construção de casas, investimentos em educação e saúde e, é claro, na tentativa de reduzir os efeitos da guerra fiscal com Estados vizinhos. Mesmo que, no caso do diesel, não tenha alcançado o resultado que o governo desejava. 

Entre as cidades, Três Lagoas seguiu como um oásis entre municípios de seu porte, especialmente pelos resultados do setor industrial. As fábricas de celulose continuaram como o esteio de sustentação do volume de exportações estaduais e contribuíram pesadamente para a balança comercial do país. Em tradução bastante simples significa a manutenção de empregos, do recolhimento de tributos e, evidentemente, a boa saúde financeira da administração municipal. Tanto que a prefeitura projeta orçamento pouca coisa inferior a meio bilhão de reais para o ano seguinte, com base nos números obtidos em 2014.

Não foi um bom ano para a Prefeitura e a Câmara de Três Lagoas em termos populares. Enquanto as finanças seguiram em evolução positiva, denúncias contra vereadores e reclamações da imensidão de problemas no Executivo, por falhas de gestão em pastas e secretarias, comprometem um Natal mais tranquilo. Os milhares de buracos pelas ruas e avenidas da cidade e a falta de remédios em postinhos de saúde são bom exemplo disso. Não seria assim se houvesse mais capacidade de negociação, interesse em ouvir opiniões e menos egocentrismo e, por alguns, apenas interesse eleitoral.