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Opinião

Editorial: A um ano da eleição municipal

mbora falte um ano para as eleições municipais, constata-se um vazio de lideranças

O prazo para filiação partidária ou para mudança de partido se esgotou no último dia primeiro de outubro, porque a legislação eleitoral exige que candidato para qualquer cargo eletivo esteja pelo menos um ano antes do dia do pleito filiado a uma agremiação. No próximo ano, em outubro de  2016, haverá eleições municipais, quando, então, serão escolhidos os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. 

Em todo o país ocorreu o troca-troca partidário, ou seja, não foram poucos os que deixaram seus partidos, mesmo correndo o risco de perderem o mandato para estarem aptos à disputa. Outros, sem mandato, mudaram para o partido da sua conveniência, como também não foram poucos aqueles que se filiaram pela primeira vez em um partido político com a finalidade de disputar um mandato, encantados pelos  dirigentes partidários, os quais,  durante o mês que passou, ciscaram no universo eleitoral possíveis candidatos para disputar cargos municipais. 

Em Três Lagoas não foi diferente. Entretanto,  analisando o quadro, verifica-se que não houve revelação de novos nomes neste universo, hoje, tão incompreendido diante de tanto aproveitamento de benesses proporcionadas pela vida pública. 

Nos legislativos municipais em todo o Brasil, raro algumas exceções, aqueles que deveriam representar e fiscalizar em nome  do povo a condução da coisa pública se divertem com o dinheiro público, abusando do tempo do mandato que dura longos quatro anos e que exige reunião na maioria das vezes e participação no colegiado uma vez a cada dia da semana. 

O recebimento de elevados subsídios, acrescidos de verbas indenizatórias, pagamento de viagens, concessão de cotas de combustíveis, nomeação de assessores e demais vantagens colocam os poderes legislativos na contramão da história. 

Sem recato, os nobres vereadores pelo país afora, em especial a maioria dos de Três Lagoas, entendem que devem fazer valer os seus “direitos” e torrar o último vintém, remetido pela Prefeitura, que corresponde ao duodécimo mensal da arrecadação da municipalidade. Viajam para participar de “congressos” realizados invariavelmente pelos organizadores em lugares de atração turística. 

Destes cursos, nada aproveitam e, se forem submetidos a uma prova de aproveitamento, a maioria receberá nota zero. 

O fato é que as lideranças políticas e dirigentes partidários, por mais que queiram, não estão encontrando pessoas desejosas em dar sua participação na vida pública das suas comunidades, seja pela falta de tempo, seja pelas circunstâncias que se desenrola uma campanha eleitoral, envolvendo, inclusive gastos elevados desproporcionais aos reais objetivos do exercício da representação popular. 

Embora falte um ano para as eleições municipais, constata-se um vazio de lideranças. Busca-se candidatos para  os cargos de prefeito, vice e vereadores como Diógenes buscava a luz no fundo do túnel. 

O vazio político aprofunda-se enquanto não se mudar regras eleitorais no país. E, enquanto os subsídios forem elevados para ressarcir o exercício do mandato de vereador, certamente, teremos mais candidatos interessados na remuneração do que com propósito de servir a causa pública e, consequentemente, a coletividade. 

Falta um ano para as eleições e as esperanças não são alentadoras.