As eleições deste ano para Presidente da República e governador do Estado caracterizam-se como as mais disputadas no país depois da sua redemocratização. Entretanto, se foi a mais disputada, também é verdade que foi a mais suja. Mentiras assacadas contra candidaturas e pessoas elevaram o tom do debate destrutivo, que deveria ter como foco principal a apresentação de programas de governo. Nunca se viu tanta aleivosia nos horários eleitorais, em entrevistas no rádio, na tv e na imprensa escrita. Nas redes sociais, nem falar. A tônica foi veiculação da informação manipulada que, invariavelmente, resultava em direito de resposta concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, os quais procuraram na medida do possível, diante da representação a ser julgada, repor a verdade. Mas como diz o ditado que uma mentira muitas das vezes anula muitas outras verdades, o fato é que quem perde e sempre é o eleitor desavisado, que embarca no “balão de ensaio” solto pelos intrigantes de plantão, aliás, muito bem remunerados para criarem factoides que na maioria das vezes lançam dúvidas e acabam por desconstruir uma proposta ou um fato. Em um país, onde uma considerável massa de eleitores é iletrada, e que mal sabe assinar o próprio nome ou ler a “colinha” que lhe é fornecida para usar na hora de votar, para poder, sem embaraços, simplesmente, copiar e apertar o botão da urna eletrônica. Percebe-se, pelo tilintar da urna eletrônica de quem está antes de você liberado pelos mesários da seção eleitoral, que um grande contingente de eleitores não consegue confirmar todos os votos que deveria atribuir aos candidatos que disputam o pleito. Parece que esse tipo de eleitor comparece em sua seção eleitoral para cumprir a obrigação eleitoral e se safar da multa eleitoral e outras penalidades, caso não compareça. Esse eleitor é despojado do instrumento que têm às mãos para escolher o melhor candidato para governar ou legislar em seu favor. Não faz do voto um instrumento de decisão pessoal. Ou ainda, se mostra incapaz para outorgar essa mesma procuração para quem acha que pode fazer melhor do que aqueles que estão investidos em representação popular e que por ventura não corresponde às suas aspirações sócios econômicas. O fato é que mais uma vez estamos diante da equivocada obrigatoriedade do voto, em um país com enormes diferenças sociais, onde um determinado estrato social está pendurado em programas clientelistas que não libertam, mas criam uma dependência malandra que consagra o lema de São Francisco de Assis “é dando que se recebe” ressuscitado na política pelo falecido deputado e ex-ministro Roberto Cardoso Alves. Enquanto, o país não erradicar a pobreza, a fome e a ignorância, os resultados eleitorais sofrerão as variações que as pesquisas indicam, evidenciando em cada estado brasileiro o sentimento ou o clamor do eleitor, que opta pelo seu voto atendendo o interesse que mais de perto lhe apetece, ou seja, leva aquele que acaba por dar um benefício por menor que seja. Amanhã, será dia de mais uma eleição, tomará que o leitor esteja inspirado para votar analisando propostas e programas de governo, elegendo para governar o Brasil e o Estado, o melhor programa, o melhor nome.
Opinião
Editorial: Amanhã, outra eleição
Nunca se viu tanta aleivosia nos horários eleitorais
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