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Editorial: As 100 cidades mais poderosas do Brasil

A pontuação de Três Lagoas foi de 11,12, de um máximo de 30 pontos - total não atingido por nenhuma cidade

Pela segunda vez em menos de dois meses, a revista Exame – uma das maiores e mais respeitadas do país – divulgou resultados e análise de uma pesquisa em que Três Lagoas aparece na 27ª posição entre as 100 cidades brasileiras com maior potencial de atração para investimentos em negócios. É a melhor colocação entre todas as cidades de Mato Grosso do Sul e à frente de outros importantes municípios da Federação. A pontuação de Três Lagoas foi de 11,12, de um máximo de 30 pontos – total não atingido por nenhuma cidade.

A capital Campo Grande aparece em 34º lugar, com 10,94, e Dourados, em 96º, com 9,47.

A listagem é liderada por Barueri (SP), com 14,99 pontos, seguida de Brasília (14,54), Macaé (RJ – 14,48), São Caetano do Sul (SP – 14,11) e Rio das Ostras (RJ – 14,02), no “top five”.  

A repetição da pauta não tem uma explicação lógica nem é o fator mais importante. O bom é que a cidade ganha um duplo destaque nacional e até fora do país, entre municípios com grande potencial de atração de investidores.

A revista não especifica dados isolados das cidades ranqueadas. Apenas divulga que a empresa Urban Systems, dona da pesquisa, aplicou dados técnicos para a definição de posições.

Entre os principais critérios do ranqueamento – de um total de 28 – está o PIB individualizado de cada município, chamado de per capita. Esta centena de cidades geram renda um terço maior que o obtido por trabalhadores no restante no país (R$ 34,9 mil). Entre as 10 melhores cidades, a renda é o dobro: R$ 45,7 mil. 

Apenas por este fator é possível identificar que Três Lagoas figura no ranking por ser cidade industrializada, que possui e atrai investimentos gigantescos e que, por isso, é dona de considerável fatia do volume de exportações de Mato Grosso do Sul. 

A renda média de trabalhadores das 100 foi calculado em torno de R$ 2,3 mil; entre as 10, R$ 2,9 mil, e no país, R$ 2,0 mil. 

Outro quesito da pesquisa que revela a discrepância gerada pelo progresso e desenvolvimento desta centena privilegiada é o do número de trabalhadores com graduação superior. No país, 18,5% deles têm ao menos diploma de faculdade; entre as 10, 27% e entre as 100, 23%. As diferenças revelam, assim, que capacidade de investimento gera renda, que gera educação qualificada. 

A pesquisa também mostra que as cidades do ranking possuem melhor capacidade de atendimento hospitalar. No grupo das 100, há 3,4 leitos de internação para cada 1.000 pessoas, enquanto que entre as 10 há 3,0 e no país,  apenas 2,5 leitos. 

Outro quesito que coloca a centena como polo de atração é a quantidade de conexões de internet acima de 34 megas – considerada de excelência. No país, apenas 3% dos internautas desfrutam deste “luxo”, enquanto que entre as 10 o volume sobe para 8% e chega a 4,5 entre as 100.

Em todos estes quesitos, a empresa pesquisadora leva em conta a capacidade de atração de investimentos, aliada à infraestrutura (saúde, educação e transportes, principalmente), valorização de mão de obra e qualificação. Foca, ainda, na localização geográfica das cidades. 

Sobre Barueri, por exemplo, a reportagem destaca que a cidade está a apenas 30 quilômetros da capital paulista. Este é um dos itens que a própria cidade utiliza para sua divulgação. Três Lagoas poderia, assim, reforçar que está na rota de Campo Grande e de São Paulo como peça de seu marketing próprio, seguindo uma estratégia que dá resultado.

Para consolidar a conclusão da pesquisa, seria ideal constar que nenhuma outra cidade possui, hoje, investimentos programados como os que estão em andamento em Três Lagoas, capitaneados pela iniciativa privada. Apenas em Três Lagoas há projetos de expansão de empresas, como as fábricas de celulose e de alimentos, que fazem outras centenas de municípios encolherem em termos de valores. Considerando este quesito, certamente que o resultado da pesquisa seria ainda melhor.