Sai ano e entra ano e a história se repete em tempos de chuva. A dengue volta a atacar. Atualmente a cidade está em estado de alerta. Dois casos são registrados por dia. Os bairros estão sujos e recipientes com água acumulada e suja, transformam-se em criadores do vetor da dengue. O poder público despende somas vultosas no combate a este endemia que ataca a população, seja com a borrifação do veneno, seja com o atendimento de contagiados pela dengue na rede da saúde pública. O que causa estranheza é que toda a população da cidade alvo indiscriminado das picadas deste mosquito que pode levar à morte pessoas não se intimida e nem se acautela com o perigo de contrair a doença. Quando a dengue não mata, causa um mal estar indesejado, por qualquer pessoa. Mas, se todos sabem que a dengue tem consequências terríveis, porque, então, os cidadãos teimam em sujar a cidade, despejando lixo em terrenos baldios, não tomando as cautelas amplamente recomendadas? Manter os quintais limpos, vasos e outros recipientes vazios, de modo que o meio ambiente não apresente água acumulada e suja, já que estas circunstâncias contribuem para a propagação do mosquito da dengue. Essas circunstâncias deveriam ser observadas permanentemente pela população. Mas, ano após ano, constamos novas incidências de pessoas contagiadas pelo mosquito. Essa constatação indica que os cidadãos não temem os malefícios da doença e nem a possibilidade de serem vítimas destes mosquitos mortíferos. Atesta, também, a falta de consciência para a preservação e conservação do meio ambiente urbano que deve invariavelmente se apresentar limpo. Certamente, se a população contribuísse para a limpeza da cidade não viveríamos em um ambiente de aspecto deprimente como o que constatamos andando pelas ruas da cidade, seja na região central como nos bairros. E, por esta situação que vivemos, certamente, não se pode isentar o poder público municipal de responsabilidade. Não manter campanha permanente de educação e conscientização para termos uma cidade mais limpa, evidencia um grande equivoco de decisão e de prioridade na condução da cidade. É praticamente inadmissível administrar uma cidade, sem se lançar mãos de mecanismos que despertam no seio da comunidade os deveres que os cidadãos têm para com o lugar onde vivem. Poder público municipal e população estão umbilicalmente ligados, até porque todos os agentes políticos que exercem suas funções a exercem em nome da população, já que todo poder emana do povo e em seu nome será exercido. Portanto, não há se deixar estabelecer responsabilidades diante das dificuldades que se apresentam para este caso, pois não se pode acusar a população como a única e exclusiva culpada pelo estado de alerta que nos encontramos em relação a propagação da dengue que pode virar na cidade uma epidemia e voltar a ceifar vidas como registrado em um passado recente. Não basta botar a boca no trombone nesta época quando o perigo torna-se eminente. É preciso estabelecer os mecanismos que colocam tanto o poder público como a população em estado permanente de alerta para que a cidade seja mantida durante todos os 365 dias do ano limpa. Assim, além de nos apresentarmos como cidade desenvolvida industrialmente, evidenciaremos que aqui também reside gente que cultiva hábitos saudáveis, os quais atestam o grau de seu desenvolvimento. Já é tempo de Três Lagoas causar boa impressão. Temos que mudar o mau aspecto que apresentamos como cidade.
Opinião
Editorial: DENGUE VOLTA A ATACAR
Sai ano e entra ano e a história se repete em tempos de chuva
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